Uma nova via também será construída contornando o Bairro da Paz
A Prefeitura de Salvador começou o processo para a construção de duas novas obras viárias. O objetivo é desafogar o trânsito em Itapuã e na Avenida Paralela. Uma das obras vai duplicar a Avenida Pinto de Aguiar, em Pituaçu. A outra ligará as avenidas Orlando Gomes e Dorival Caymmi, por meio de uma via que passará por trás do Bairro da Paz e seguirá até Itapuã.
Por conta das duas obras, em seis dias a prefeitura publicou três decretos no Diário Oficial do Município transformando em utilidade pública para fins de desapropriação áreas da região dos projetos. Elas totalizam 1,51 milhão de m².
Corredor - O Decreto nº 23.320, publicado segunda-feira passada, trata de uma área de 392.586 m², onde passará a Avenida Nova Esperança. Segundo a prefeitura, ela será um corredor exclusivo para ônibus na Avenida Pinto de Aguiar.
Também na segunda-feira, por meio do Decreto nº 23.321, a prefeitura tornou pública uma área de 435.532 m², para implantação da Avenida da Paz, que terá cerca de 5 km. Esta via ficará no fundo do Bairro da Paz, na altura do prédio do Senai Cimatec. Na última sexta-feira, 5, o Decreto nº 23.609 converteu, em domínio público, uma área de 682.818 m² no mesmo bairro.
Segundo o titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (Sedham), Paulo Damasceno, os decretos autorizam o órgão a abrir licitação para os estudos que vão delimitar o traçado das vias. O prazo para concluir o processo, segundo ele, é de três a quatro meses.
"A duplicação da Avenida Pinto de Aguiar se estenderá ao Viaduto Dona Canô. A pista entre as avenidas Orlando Gomes e Dorival Caymmi será feita na altura do Senai", explica o secretário.
Residência - Nos dois locais das intervenções, há condomínios residenciais, estabelecimentos comerciais, motéis, além de um dos campus da Universidade Católica do Salvador (Ucsal). Moradora e comerciante do Conjunto dos Securitários, que fica na Av. Pinto de Aguiar, Maria das Graças, 43, diz estar preocupada com seu ponto comercial.
"O que não pode acontecer é deixar os comerciantes na mão, pois são todos pais e mães de família". Ela diz que ainda não recebeu comunicado da prefeitura sobre o projeto. Atanael Pereira, 29, gerente da Churrascaria Bode na Brasa, em frente ao Estádio Pituaçu, herdou o negócio da família há nove anos. Ele diz que nessa época já ouvia boatos sobre desapropriação da área. "Por várias vezes, vimos pessoas por aqui medindo a área. Mas, até então, nunca chegou uma informação concreta", disse.
Já o autônomo José da Paixão, 39, morador do Bairro da Paz há 30 anos, prefere esperar. "A corda rompe do lado mais fraco. Vou aguardar para ver". O motorista Ricardo Tavares, 35 anos, aprova a ideia das obras. "Se for para melhorar são bem-vindas", diz.