Músicos do Ilê em performance na redação de A TARDE
A redação de A TARDE recebeu na manhã desta quinta-feira, 20, Dia da Consciência Negra, diversos representantes do Candomblé, músicos do Ilê Ayê e do Afoxé Filhos de Gandhy, intelectuais e autoridades de governo para celebrar os dez anos do lançamento do primeiro caderno especial da Consciência Negra. O tema do décimo caderno, publicado este ano, é alabês, e o especial saiu com o título "Os homens que chamam os deuses pra terra". Em editorial comemorativo, a jornalista Cleidiana Ramos escreveu:
O caderno especial da Consciência Negra publicado em A TARDE nesta terça, 20, surgiu de uma conversa com a doutora em educação e ebomi do Ilê Axé Opô Afonjá Vanda Machado. Conversávamos sobre o projeto educacional que ela elaborou para a Escola Eugênia Anna dos Santos, localizada no Ilê Axé Opô Afonjá, quando ela disse: "respeito muito meus pais alabês porque são eles que chamam meu santo pra terra".
A frase ficou adormecida na minha cabeça até que despertou para ser o tema da edição nº 10 dos especiais que festejam o Dia Nacional da Consciência Negra, publicados em A TARDE.
Nosso objetivo com esse caderno foi apresentar a importância e riqueza de saberes que esses sacerdotes músicos das comunidades religiosas de matriz africana carregam consigo.
Eles têm a capacidade de aprender melodias e entoá-las em línguas africanas. É por meio deste domínio que o mundo das mulheres e dos homens estabelece um elo com o divino.
O destaque para esse sacerdócio que domina a música é mais do que adequado para celebrar a marca impressionante alcançada por estes especiais.
Como nas religiões de matriz africana há o entendimento de que nada acontece por acaso, os alabês, huntós e xicarangomas, com a alegria que marca sua atividade, festejam nosso décimo aniversário exatamente no ano em que A TARDE completa 100 anos. É, talvez, o indício de que ainda poderemos celebrar outras décadas. Axé.
*Cleidiana Ramos, jornalista e editora de A TARDE