Discussão em torno de obra faz prefeitura rever acordo
A notícia da construção de um quebra-mar atrás do Restaurante Amado, na Avenida Contorno, desde meados do mês de janeiro, tomou as redes sociais e vem provocando uma polêmica. Tudo porque a obra começou dias após veículos de comunicação divulgarem a possível demolição do estabelecimento - famoso pela vista para a Baía de Todos-os-Santos - para dar lugar a prédios de até seis andares.
Responsável pela obra, a Bahia Marina veiculou nota, ontem à tarde, desfazendo a discussão. A obra, segundo a Bahia Marina, não tem ligação com o Restaurante Amado ou com as possíveis construções de edifícios.
De acordo com informações divulgadas, "no dia 21/1, a Bahia Marina deu continuidade às obras de construção de seu quebra-mar. Nesta nova etapa, será construído um quebra-mar de 330 metros de extensão, perpendicular à Avenida Contorno e, mais tarde, outro braço, com extensão de 268 metros, este complemento do já existente, paralelo à avenida".
Ainda segundo nota, o objetivo da obra é diminuir o impacto das ondas sobre a bacia de atracação em dias de vento forte e mar agitado. Na resposta da Bahia Marina, ainda consta "que a obra evitará o deslocamento da areia da Praia da Preguiça, segundo os estudos realizados durante mais de uma década, com o aval de técnicos dos órgãos de controle ambiental".
Projeto - O quebra-mar faz parte do projeto inicial da Bahia Marina, ainda quando inaugurado, em 1999. "Desde então, foram realizados diversos estudos sobre impacto ambiental, fauna e flora marinha e também foram realizadas audiências públicas com as comunidades do entorno", avisa a Bahia Marina.
O projeto foi aprovado, no ano passado, com as licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Marinha do Brasil e Prefeitura de Salvador.
Entenda o caso - No dia 14 de dezembro do ano passado, foi assinado, entre a Prefeitura de Salvador, a Bahia Marina e a empresa Aldeiotta Empreendimentos, o termo de ajustamento de conduta (TAC) fornecendo a licença para construção dos edifícios de até seis andares na área que pertence à União, onde está hoje localizado o Restaurante Amado.
Moradores da localidade de pronto se manifestaram contra a construção. "Um absurdo. É uma área da União, não pode ser vendida ao mercado imobiliário desta forma", reclamou a dona de casa Maria de Lourdes Cunha.
A assessoria de comunicação do prefeito ACM Neto informou que a licença para construção dos edifícios vai ser revista por novos gestores da Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Habitação e Meio Ambiente (Sedham).
A licença do projeto para a área da União foi publicada no Diário Oficial do Município pelo ex-prefeito João Henrique, o ex-superintendente da Sucom, Cláudio Silva, e pelo ex-secretário de Sedham, Paulo Damasceno.