O MST chegou ao CAB no último dia 11 de abril, após longa caminhada
Seis dias após a ocupação dos terrenos que circundam o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) alegam dificuldade de diálogo com os órgãos que podem fornecer melhores condições de vida e trabalho para os assentados do Estado.
Até a manhã desta quarta-feira, 17, os líderes do movimento destacam a ausência de acordos que garantam o digno convívio dos manifestantes com a seca, como também a falta de propostas que garantam o caminhar da reforma agrária. De acordo com Márcio Matos, coordenador estadual do MST, com a ausência de propostas, o grupo segue no CAB sem data definida de desocupação. "Tá tudo travado. O Incra não oferta nenhuma ação concreta, principalmente em relação à seca", diz Matos.
O Incra Regional informa, por meio da sua assessoria de comunicação, que tem realizado reuniões diárias com os integrantes do movimento, desde a última segunda, 15, onde estão sendo apresentadas as novas diretrizes de atuação do órgão, que vêm sendo implementadas gradativamente desde novembro de 2012. As novas diretrizes, segundo o Incra, descentralizam a relação do Governo Federal com os assentados, possibilitando que os integrantes do movimento tenham acesso aos programas nacionais como o "Brasil Sem Miséria" e o "Minha Casa Minha Vida".
Com intuito de discutir tais melhorias, os representantes do Incra Regional e do MST baiano estiveram na última terça, 16, em Brasília, para discutir com os representantes do Incra Nacional propostas que garantam o desenvolvimento dos assentamentos na Bahia. Entretanto, a reunião terminou sem acordos pontuais.
Com o prosseguimento dos protestos, o MST realizará nesta tarde um movimento em frente à Assembleia Legislativa da Bahia, no CAB, lembrando os exatos 17 anos do massacre do "Eldorado dos Carajás", ocorrido em 17 de abril de 1996, quando 19 integrantes do MST foram mortos pela PM do Pará. O massacre será lembrado por integrantes do MST de todo país, no tradicional movimento "Abril Vermelho".