Cerca de dois mil representantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) realizaram uma caminhada na tarde desta quarta-feira, 17, que finalizou em um ato político em frente à sede da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALBA). O grupo está acampado desde 13 de abril em frente ao prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), no Centro Administrativo da Bahia.
O objetivo da manifestação foi relembrar os 17 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás, onde 19 integrantes do movimento foram mortos no Pará em uma ação policial.
O grupo foi recebido pelo presidente da ALBA, deputado Marcelo Nilo, que sinalizou apoio ao movimento. Além de realizar a mobilização em lembrança pelo massacre, os representantes do MST solicitaram apoio da Casa na apuração do homicídio de Fábio Santos da Silva, um dos coordenadores do movimento, morto com 15 tiros em Iguaí, no sudoeste baiano.
Após a manifestação na Assembleia, o grupo se dirigiu à sede do Tribunal de Justiça, 7ª Vara de Justiça, para cobrar a aquisição das posses de terra. Segundo o diretor do MST na Bahia, Márcio Matos, a solução só depende da liberação da justiça, que não estaria facilitando.
"Fomos até a Sétima Vara cobrar agilidade no processo, que está dependendo somente da juíza. Nós fizemos uma manifestação e deixamos uma lista com as demandas. Eles garantiram dar uma resposta até a próxima sexta-feira, 19 de abril".
Segundo o movimento, há 49 áreas no estado que já foram autorizadas para que se realize a reforma agrária, mas os processos seguem paralisados.