José Renato, do Baiano de Tênis: "Está em estudo a construção de um residencial com 26 pavimentos"
Escolas de inglês, balé, clínica de fisioterapia, ortopédica, academias, restaurantes, espaço para eventos sociais, lojas comerciais. Aulas de natação, judô, tênis, entre outras modalidades esportivas. Já faz tempo que os clubes sociais diversificaram as atividades para fazer frente às despesas e dívidas - muitas dívidas, principalmente fiscal e trabalhista.
De acordo com o presidente da diretoria executiva do Centro Espanhol, Humberto Campos Peso, quando teve início sua gestão (ainda como vice-presidente), em 2002, o clube estava "eivado", com títulos protestados, ações trabalhistas e débitos com IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana), seguridade social (INSS) e direitos trabalhistas (FGTS) "impagáveis".
Ele explica que com a venda de quase 17 mil m² (cerca de metade da área), conseguiu quitar as dívidas e, em contrapartida, obteve a reconstrução da sede, prevista para ser inaugurada em setembro próximo. Na parte do terreno vendido foi erguido o Costa España, empreendimento com apartamentos de um, dois e três quartos, além de coberturas duplex e unidades variando de 58 m² a 267 m².
Equacionando contas - A situação da Associação Atlética da Bahia (AAB), por volta de 2004, era bem parecida com a do Espanhol e, nas palavras do presidente da entidade, Luiz Henrique Behrens, o clube passava por um momento "calamitoso". De acordo com ele, e a partir da proposta de uma construtora, a saída foi se desfazer de parte do terreno.
"Não pegamos em dinheiro. Equacionamos as contas e tivemos reconstruída nossa sede. Antes, tínhamos 15 mil m² de área construída e, hoje, temos 27 mil m²", destaca Behrens.
Nos fundos da AAB foi construído o residencial de alto padrão, Barra Porto Condomínio Clube. Com unidades de três e quatro cômodos, medindo entre 143 m² e 181 m², o empreendimento possui 11 pavimentos e três vagas de garagem por apartamento.
Com duas unidades à venda no Barra Porto, girando em torno de R$ 1,4 milhão, cada, a corretora Carla Magalhães conta que o condomínio foi um sucesso de vendas. "A aceitação foi muito boa, assim como está sendo com o Espanhol, pois são oportunidades onde já não há mais lugar para lançamentos".
Este formato de negociação envolvendo a venda de parte do terreno dos clubes, tendo como contrapartida a reforma e ou reconstrução da sede das entidades também será posto em prática no Bahiano de Tênis e Parque Costa Verde - caso esse siga em frente com o intuito.
Segundo o presidente do Baiano, José Renato Veloso Lima, a construtora responsável pela obra do empreendimento imobiliário se comprometeu também a, entre outros, ampliar de cinco para nove as quadras de tênis, reformar a piscina e reduzir sua profundidade para 1,4 metro, além de construir um novo campo de futebol.
No Costa Verde, como conta o gerente-geral Ubirajara Gomes, a ideia é verticalizar o clube e criar uma moderna estrutura "para e com o aval dos sócios". "Já recusamos propostas, mas hoje estamos abertos a novos diálogos", diz.
Para o diretor de expansão e novos mercados da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), Marcos Vieira Lima, nessas transações, envolvendo clubes e construtoras, "todos saíram ganhando".
"Ganhou a cidade, com novos e mais modernos equipamentos. Os sócios, que tiveram suas sedes reconstruídas. E as construtoras, que conseguiram lançar produtos exclusivos, e em locais nobres. Foi a união da fome com a vontade de comer", frisa Vieira Lima.