Anativo foi morto em um lava-jato no dia 20 de maio
O adolescente de 17 anos apontado como dono da mochila encontrada no local onde o capitão da Polícia Militar Anativo Manoel da Conceição Neto, 33 anos, foi morto, confessou, nesta quarta-feira, 29, em depoimento na Delegacia Para o Adolescente Infrator (DAI), que teve envolvimento no crime, que aconteceu no dia 20 de maio.
O versão do adolescente veio quase uma semana após o jovem Lucas Soares dos Santos, de 18 anos, confessar ter matado no capitão. Segundo a polícia, o rapaz de 17 anos, que chegou a negar ter participado do assassinato, disse que agiu em acordo com Lucas. Ambos foram ouvidos nesta manhã pela delegada titular da DAI, Claudenice Mayo.
De acordo com a delegada, com base no depoimento do adolescente, os dois jovens foram "contratados" por um terceiro indivíduo para roubar o carro de alguma vítima vulnerável que estivesse pelo local. A arma do crime também teria sido fornecida pelo homem, que está foragido. Segundo a polícia, no interrogatório na semana passada, Lucas afirmou que o carro seria roubado para ser utilizado em assalto.
"Eles disseram que, no dia do crime, estavam quase desistindo, porque até então não haviam encontrado nenhuma vítima. Após avistarem o capitão no lava-jato, eles decidiram agir, mas disseram que ficaram na duvida para saber quem iria cometer o assalto", disse a delegada.
"O adolescente de 17 anos disse que não iria abordar a vítima porque muitas pessoas da localidade o conheciam. Então, o jovem de 18 anos decidiu agir enquanto o outro observava", informou Claudenice.
A delegada também informou que a polícia já tem pistas sobre o homem que teria sido o mandante do crime, mas não deu maiores informações para evitar atrapalhar as investigações. Após ser ouvido, o adolescente de 17 anos foi encaminhado ao Ministério Público (MP-BA). Já Lucas, que responderá por latrocínio (roubo seguido de morte) foi encaminhado ao presídio.
Caso
O capitão Anativo, que era subcomandante da 2ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM - Barbalho), foi assassinado na última segunda-feira, 20, na Baixinha de Santo Antônio, no Cabula. As investigações apontam que o PM foi morto com um tiro na cabeça e outro nas costas após reagir ao assalto. O autor do crime queria levar o carro da vítima.
O corpo do capitão PM foi sepultado na terça, 21, no Cemitério da Ordem Terceira de São Francisco, Baixa de Quintas. Emocionados, amigos e familiares da vítima, entre eles a cantora de arrocha Nara Costa, que foi casada por seis anos com Anativo, deram o último adeus ao militar.
Anativo e Nara estavam separado há três meses e tinham uma filha de quatro anos. O PM deixou também uma filha de oito anos, fruto de outro casamento.
Vídeo - Polícia divulga imagens do assinato do capitão da PM: