Categoria tem assembleia marcada para a próxima quarta-feira
A greve dos rodoviários será decretada na próxima quarta-feira, dia 5, caso os empresários não atendam ao pedido dos trabalhadores, que pedem reajuste salarial de 15%. Nesse intervalo, a categoria vai repetir as assembleias surpresas nas portas das garagens, atrasando a saída dos ônibus.
Segundo o diretor de imprensa da entidade, Daniel Mota, nesta quarta-feira, 29, o sindicato publicou edital em um veículo de comunicação convocando os trabalhadores para uma última assembleia na próxima semana, quando deve ser votada a greve. "Com mais de 72 horas de antecedência", alertou Morta.
A medida visa resguardar a entidade sindical à frente do serviço essencial de transporte, para que a paralisação não seja considerada abusiva, conforme o previsto na Lei 7.783, de 28 de junho de 1989, que dispõe sobre o exercício do direito de greve.
O comunicado de convocação para a assembleia-geral extraordinária a ser realizada semana que vem, às 9h e às 15h, delibera sobre a ordem do dia: "autorização para a diretoria da entidade decretar e deflagar greve geral por tempo indeterminado no setor público de transporte".
Memória
As paralisações surpresas se assemelham às assembleias realizadas pelos rodoviários nas garagens dos ônibus, no última dia 17. Na ocasião, o sindicato promoveu, sem avisar, reuniões em nove das 18 empresas da capital.
A situação gerou insatisfação entre os passageiros, com longa espera nos pontos de ônibus e estações lotadas, além de atraso nos compromissos. O atraso na frota causou congestionamentos por toda a cidade, já que milhares de saíram de carro.
Segundo informações do sindicato, à época do ocorrido, as conversas começaram às 4h e terminaram por volta das 6h, nas empresas Transol, União, BTU, Capital, Central, Rio Vermelho, Verdemar, Ondina e ODM.
Rejeição
Ontem, os trabalhadores se reuniram em duas assembleias para reafirmar a rejeição pelas propostas do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Setps), de 4.13%, e da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário da Bahia (Abemtro), de 4,5%.
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, continua firme na cobrança do percentual exigido pelos trabalhadores. "A proposta deles não nos oferece nenhum ganho real. Tampouco supera a inflação", afirmou, em menção à alíquota de inflação em torno de 7,16%.
O assessor de relações sindicais do trabalho do Setps, Jorge Castro, informou não haver nenhuma rodada de negociação programada até o dia da votação da greve. A entidade patronal, continua Castro, mantém a mesma proposta de reajuste e vai pedir à Justiça do Trabalho que julgue o dissídio coletivo.