Representantes de conselhos e pesquisadores ouvidos por A TARDE dizem que a falta de financiamento para os projetos que serão desenvolvidos pelos alunos da residência representa uma dificuldade a ser superada. Para o presidente em exercício do Conselho de Arquitetura e Urbanismo da Bahia (CAU-BA), Guivaldo Baptista, é preciso que os gestores públicos tenham "vontade política" para que projetos não fiquem apenas no papel.
"A grande muralha que precisa ser vencida é a vontade política para atender às demandas sociais. Sem isso, os projetos não terão aplicabilidade", adverte Baptista. Para o diretor da Escola Politécnica da Ufba, membro do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), Luiz Edmundo Campos, a residência representa que a universidade está preocupada em dar retorno à sociedade.
No entanto, ele ressalta que os órgãos públicos devem financiar os projetos para haver "retorno efetivo". Ele afirma ainda que a residência pode mudar o funcionamento dos cursos: "Os alunos aprendem a fazer grandes prédios, mas não a fazer pequenas construções e outros serviços para as classes mais baixas", critica.
Outros cursos - A reitora da Ufba, Dora Leal Rosa, afirma que a proposta de criação da residência é promissora e pode abranger outras áreas da universidade. "Temos outros cursos, como psicologia e nutrição, que também estão estudando a possibilidade de ter residência", afirma Dora. Pró-Reitor de Ensino de Pós-Graduação, Robert Verhine diz que é uma tendência que outros setores, além da saúde, tenham residência. "Todas as áreas devem ter contato direto com a sociedade, de maneira que aprimorem a prática profissional e tragam benefícios para as pessoas", ressalta Verhine.