Associação diz que, de S. Tomé ao Farol, há 550 baianas, mas prefeitura só quer liberar 80 quiosques
O que é que a baiana tem? Muita dor de cabeça com as novas normas estabelecidas pela Prefeitura de Salvador. Baianas, vendedores de mingau e de beiju terão que se adequar para vender quitutes nas vias públicas.
Serão retiradas todas as baianas que montam os tabuleiros nas areias das praias e 80 delas serão realocadas para os quiosques que estão em construção no calçadão da orla marítima.
"É um absurdo! Temos, entre as praias de São Tomé de Paripe e do Farol da Barra, 550 baianas e eles prometem posto de trabalho para 80? E o restante vai fazer o quê? Representamos a cultura da Bahia, atraímos o turista e é esse tratamento que nos oferecem?", questiona Rita Santos, presidente da Associação de Baianas de Acarajé e Vendedores de Mingau (Abam).
A secretária de Serviços Públicos, Rosemma Malluf, garante que a prefeitura tem apenas 110 baianas licenciadas nesse trecho da orla. "Inicialmente, 80 serão abrigadas nos quiosques e vamos criar uma estratégia para que as outras 30 estejam abrigadas antes do verão".
Nova regra
Mesmo fora da praia, há risco de ficar sem o ponto. A nova regra para baianas e ambulantes é montar toldos móveis de, no máximo, 2m x 2m. Não serão mais permitidos pontos fixos na cidade. "Temos que garantir a acessibilidade dos pedestres e cadeirantes", argumenta Rosemma.
Filha e herdeira de Dinha do Acarajé, a baiana Cláudia Assis, que mantém um ponto fixo no Largo do Rio Vermelho, acredita que as mudanças vão gerar prejuízos. "A proposta não atende minha demanda. O que foi dito em reunião é que tudo seria resolvido da melhor forma possível, mas, até agora, nada", lamenta.
Uma nova audiência entre as baianas e a prefeitura está agendada para a próxima semana, mas ainda sem data definida.