Prefeitura promete pôr fim à ocupação desordenada, a fim de otimizar o lazer dos banhistas
A partir de 1º de dezembro, frequentadores das praias da capital baiana encontrarão um cenário diferente do atual. Em vez de estruturas improvisadas, a ocupação da faixa de areia só será permitida com tendas padronizadas, cadeiras de alumínio e vendedores uniformizados.
É dessa maneira que a Secretaria de Ordem Pública do Município (Semop) pretende ordenar o comércio informal nos cerca de 65 km de orla marítima, que compreendem o trecho de São Tomé de Paripe à praia do Flamengo.
A partir de agora, para atuar na orla, comerciantes que não possuem registro na prefeitura devem solicitar credenciamento, que teve início na manhã desta segunda-feira, 11, na sede da Semop, na Barroquinha.
Não há limites para a quantidade de ambulantes. No entanto, para os barraqueiros, só serão disponibilizadas 200 tendas móveis. O número restrito, segundo a titular da Semop, Rosemma Maluf, foi estipulado pela Superintendência do Patrimônio da União, pois se trata de área federal.
"A intenção não é acabar com a fonte de renda do vendedor. Só queremos organizar o que já existe. Não há pretensão alguma de transformar Salvador em uma Suíça. Os vendedores ambulantes nas praias são personagens da cultura da nossa cidade e não vamos privá-los de exercer suas funções", disse.
Enquanto ambulantes receberão coletes e crachás com identificação, os 200 proprietários de barracas contemplados pela prefeitura terão que trabalhar com o "kit praia", composto de uma tenda de 9 m², 40 cadeiras reclináveis de alumínio, 20 ombrelones (guarda-sóis) de até 2,40 m de diâmetro e 20 banquetas.
Licenciamento
Quem vai se licenciar pela primeira vez pagará R$ 250, que serão reajustados, anualmente, conforme o que for comercializado na barraca. As estruturas só poderão estar montadas das 7h às 19h e só devem ser dispostas na faixa de areia de acordo com a demanda de clientes.
"Dessa forma, a faixa de areia não vai ficar superlotada. Quem optar por não sentar em nenhuma barraca terá espaço suficiente para estender sua toalha e aproveitar a praia", afirmou.
Também estará proibida a fabricação de alimentos na areia. Ou seja, vendedores de queijo coalho, acarajé e peixe fritos, comuns nas praias de cidade, deverão assar e fritar seus alimentos em outros locais para que possam comercializá-los na areia.
Tal medida, segundo Rosemma Maluf, atende questões ambientais: "A água do cozimento e o óleo da fritura, geralmente, são despejados na própria areia, o que prejudica o meio ambiente".
A secretária adverte que, caso os ambulantes sejam flagrados vendendo produtos que não atendam as normas da prefeitura, estarão sujeitos ao pagamento de multa: "O valor deve ser estipulado nos próximos dias".
Segurança
A proposta de ordenamento da orla agradou, sobretudo, os clientes. A secretária executiva Soraia Bräunlich afirmou que, com a padronização e identificação dos vendedores, se sentirá mais segura ao consumir qualquer tipo de produto na praia.
"É preciso organizar e saber quem são essas pessoas que vendem na praia e a procedência dos produtos, como forma de segurança", disse.
Já a comerciante Tatiana Cerqueira acredita que será uma forma de valorizar a praia. "Para o turista, será mais agradável ver tudo organizado, limpo, seguindo um padrão", afirmou.