Nanci Novaes exibe obra de Pasquale De Chirico, que ensinou na EBA-Ufba por 30 anos
Encontrar soluções inovadoras no trato da vida profissional, atualmente, é um dos grandes desafios para dar um novo rumo à carreira. Isso se deve a um mercado de trabalho competitivo e ágil, que exige recursos criativos na rotina corporativa.
Neste contexto, entra como relevante o estudo das artes. Se incorporado às mais diversas grades curriculares, induz o estudante ao pensamento lateral, ou seja, ele sai do padrão para criar soluções diferentes, inovadoras.
Segundo a coordenadora do bacharelado em artes visuais, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Carolina Fialho, a arte garante um aparato simbólico, que permite ao aluno lidar com diversas situações de uma forma mais livre e criativa.
"É uma expressão inerente ao ser humano. Seu estudo estimula habilidades nas relações interpessoais, no pensamento transversal que permeia diversos campos do conhecimento. São características cada vez mais necessárias para o futuro profissional", afirma Fialho.
O ensino da arte deve ser direcionado de forma sistemática às graduações, a exemplo de arquitetura, ciências sociais, comunicação, entre outros. Atualmente, quando as disciplinas sobre arte são abordadas, é de forma superficial.
Mercado
De acordo com o professor da Uneb Ricardo Oliveira de Freitas, doutor em comunicação e cultura, algumas instituições de ensino superior não investem em disciplinas de artes por seguirem as "tendências do mercado do que está em alta".
Para ele, isso é um grande equívoco, já que a arte deveria ser vista como aliada dos projetos pedagógicos. "A arte contribui para a formação crítica e humanística do aluno. Mesmo que estes projetos não tenham como fim um produto objetivamente reconhecido como artístico, como objeto de arte", constata Freitas.
Mas quem desejar seguir carreira na área, o mercado se mostra promissor, com amplo campo de atuação. Segundo o professor da Uneb, na Bahia, além da educação, as artes encontram mercado em iniciativas voltadas para a produção, fomento da cultura
"Do mercado de entretenimento e lazer, ao turismo, mercado imobiliário (e, por extensão, à arquitetura, à decoração de interiores, à restauração), nas mais diversas expressões - tais como música, dança, indumentária, artes visuais, teatro, escultura, fotografia, cinema, entre outros", cita.
Não à toa que o número de estudantes que optam por seguir esses cursos aumentou nos últimos anos. Somente na Uneb existem hoje cerca de 300 alunos, nos campi de Salvador, Juazeiro, Guanambi, Teixeira de Freitas e Barreiras.
Foi de olho nesse crescimento que o estudante de artes visuais da UFRB Diogo Navarro resolveu seguir carreira na área.
Ele conta que só depois de ingressar na universidade que percebeu a importância do curso. "A arte ampliou minha visão de mundo e me possibilitou explorar novas formas de comunicação e, além disso, me proporcionou um melhor entendimento dos períodos históricos vividos pela humanidade", afirma.
Para a diretora da Escola de Belas Artes da Ufba (EBA), Nanci Novaes, o interesse por artes cresceu na Bahia devido aos cursos de pós. "Além dos cursos de graduação da EBA, os de pós aumentaram nos últimos anos. Na graduação, um destaque é o design, com grande procura", disse Novaes.
Na EBA, os cursos de graduação estão divididos em: bacharelado em artes plásticas, licenciatura em desenho e plásticas, curso superior de decoração e o curso de design. Além de pós-graduação, como o mestrado e doutorado em artes visuais e o curso de especialização em artes e educação.