Barra ficou com os principais pontos turísticos esvaziados nesta terça-feira
A frente fria que continua sobre Salvador mudou a rotina de moradores e visitantes em plena primavera. Pontos turísticos e praias foram esvaziados e soteropolitanos se vestiram nesta terça-feira, 18, como se no inverno estivessem.
As temperaturas oscilaram entre 22° C e 27° C, e o baiano usou casacos, jaquetas e até sobretudos para tentar se proteger dos ventos, que chegaram a 40 km/h no início da manhã desta terça, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Para a universitária Carolina Monteiro, 23, as temperaturas mais baixas são uma oportunidade para os moradores ficarem "um pouco mais elegantes". "Aqui raramente faz frio, mesmo no inverno. Parece até que a gente fica só esperando uma chance para estrear algumas roupas e ficar mais arrumada", observou.
Apesar do tempo fechado, que provocou alguns pontos de congestionamento na avenida Paralela nas primeiras horas do dia, a Defesa Civil do Salvador (Codesal) havia registrado apenas oito solicitações para atendimento até por volta das 16h.
Ocorrências
Número se igualava ao total computado entre a noite de sábado e a última segunda, 17: quatro ameaças de desabamento, uma de deslizamento, dois deslizamentos de terra e uma infiltração.
Devido ao mau tempo, pescadores das principais colônias da cidade decidiram permanecer na segurança do continente. "Pela experiência, é melhor prevenir do que remediar. Não dá para ir de encontro às leis da natureza", afirmou o pescador Jorge Galego, 54, em Itapuã.
O mar agitado devido a ventos de até 25 km/h também levou a Associação dos Transportadores Marítimos (Astramab) a suspender a operação das lanchas que fazem a travessia entre a capital e Mar Grande, na Ilha de Itaparica (Grande Salvador).
Barra esvaziada
Com toda a orla reformada há poucos meses, a Barra ficou com os principais pontos turísticos esvaziados nesta terça. Tanto no Porto quanto no Farol não havia visitantes, para tristeza do vendedor ambulante José Carlos, 38 anos.
"É uma pena, porque estamos na primavera, quando, geralmente, o tempo não está fechado", avaliou o trabalhador, que continuou: "O problema não é nem a chuva, que está fina, mas, com o vento, aumenta o frio e as pessoas acabam não aparecendo".
Na areia não havia banhistas nem comerciantes, mas no mar do Barravento, um trio de bodyboarders aproveitava a ressaca para surfar. "O tamanho das ondas cresce, com a maré cheia, mas o vento atrapalha a qualidade do surfe", disse Gustavo Barreto, 22.