Moradores do Solar do Unhão carregam escultura de sereia, feita por artistas de rua
Um balaio de presentes para Iemanjá, composto por arranjos de flores, folhas de bananeira e oferendas de alimentos naturais. Assim, a comunidade do Solar do Unhão, mais conhecida como Gamboa de Baixo, antecipou neste domingo, 1º, os festejos para a Rainha do Mar.
Foi o segundo ano do presente ecológico, promovido pela comunidade, situada às margens da Baía de Todos-os-Santos, na Av. Contorno. O objetivo é alertar a população sobre a importância de preservar a tradição, sem danificar o meio ambiente.
"Nada de perfumes em frascos de vidro ou plástico, pentes e espelhos", explicou Noélia Pires, diretora em Salvador do Coletivo de Entidades Negras (CEN), instituição nacional do Movimento Negro. Responsável pela organização do evento, Noélia pretende tornar tradição a entrega do presente ecológico na véspera do Dia de Iemanjá, comemorado nesta segunda-feira, 2.
Além dos moradores, turistas estrangeiros e praticantes do stand up paddle na Baía de Todos-os-Santos acompanharam o ritual. Ao lado do presente, chamava a atenção uma escultura de sereia feita no ano passado por artistas de rua, integrantes do Musas (Museu de Street Arte de Salvador).
Culto
Antes da entrega do balaio, baianas estilizadas e outros integrantes do candomblé fizeram um culto especial, com cânticos e orações em iorubá. O presente ecológico foi posto num barco e lançado ao mar, a cerca de 500 metros da praia.
"Queremos alertar a população para a questão, lembrando principalmente aos adeptos do candomblé do nosso comprometimento com a natureza", disse Noélia, que é equede (uma das funções femininas no culto aos orixás) do Terreiro Omi Tolá.