Motoristas e pedestres se arriscaram e tentaram enfrentar o alagamento
Trinta e quatro localidades de Salvador tiveram o abastecimento de água interrompido na tarde desta quarta-feira, 1º, após a ruptura de uma adutora, pela manhã, nas obras do metrô, na BR-324, na altura da Jaqueira do Carneiro, segundo a assessoria de comunicação da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa).
Os bairros que tiveram o fornecimento comprometido são Bonfim, Ribeira, Caminho de Areia, Massaranduba, Monte Serrat, Boa Viagem, parte do Lobato, Jardim Cruzeiro, Calçada, Mata Escura, Calabetão, São Caetano, Capelinha, Boa Vista de São Caetano, Fazenda Grande, parte da Liberdade, IAPI, Pero Vaz, Largo do Tanque, parte de Santa Mônica, Av. San Martin, Baixinha do Santo Antônio, parte da Av. Barros Reis, Estrada das Barreiras, Engomadeira, Arraial do Retiro, Cabula, Pernambués, Narandiba, Saboeiro, Doron, Tancredo Neves, Novo Horizonte e Sussuarana.
O rompimento também afetou o fornecimento de água para os municípios de Amélia Rodrigues, Coração de Maria, Conceição do Jacuípe (Berimbau) e Terra Nova, conforme comunicado da empresa.
Na tarde desta quarta, a Embasa informou que equipes de profissionais da empresa foram deslocadas até o local do rompimento da adutora, na BR-324, "para restabelecer o fornecimento de água o quanto antes", mas não há previsão de quando o serviço será normalizado. Ainda de acordo com a empresa, "nesse período, a empresa priorizará o abastecimento de hospitais, creches e escolas".
O comunicado não trazia informações que esclarecessem se o rompimento atingiu a adutora principal ou uma rede secundária do sistema de abastecimento da Região Metropolitana de Salvador e demais cidades prejudicadas nesta quarta.
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Contato com moradores
Na tarde desta quarta, funcionários da concessionária do metrô estiveram nas casas atingidas pelo vazamento no Calabetão para conversar com os moradores.
Operários da CCR também realizaram a limpeza da rua das Pedreiras, que ficou tomada de lama. Com a ajuda de um caminhão, a água que estava nas casas foi sugada.
Os moradores esperam, agora, indenização por parte da empresa responsável pelas obras. A doméstica Edileusa Santana, de 54 anos, perdeu bens como roupas e pequenos móveis, mas conseguiu salvar os eletrodomésticos. Como a casa dela possui estrutura mais elevada, em relação às demais, a água não alagou o imóvel, mesmo este sendo o primeiro da rua.
"Pegaram meu nome e disseram que entrariam em contato. Se eles não vierem, eu vou até eles. Só Deus e eu sabemos o quanto eu luto para ter minhas coisas. Uma coisa é certa: não vou ficar no prejuízo", disse Edileusa ao A TARDE. As vizinhas Lucenilde Santos e Lucimeire Cruz esperam o mesmo. "É o mínimo que eles podem fazer", diz Lucenilde.
O frentista Neidson Silva, 25, estava passando pela BR-324 no momento do rompimento da adutora, de moto, a caminho do trabalho. "A força da água foi tanta que levou a moto. Agora, ela não quer mais ligar, deve ter prejudicado o sistema elétrico", contou ele, que conseguiu recuperar a moto alguns metros após ser arrastada.
Ações em curso
Em nota, a concessionária do metrô informou que "equipes técnicas e da área de Gestão Social da concessionária CCR Metrô Bahia e do consórcio construtor Mobilidade Bahia estão trabalhando na limpeza dos imóveis da alameda das Pedreiras, que foram afetados após rompimento de adutora de água da Embasa".
A CCR Metrô Bahia comunicou, ainda, que está apoiando "integralmente" as equipes da Embasa para restabelecer, "o mais rápido possível", o completo funcionamento da adutora e normalizar a rotina dos moradores da região.
Em relação aos danos causados aos imóveis localizados na rua das Pedreiras, "a concessionária e o consórcio construtor estão em contato direto com os moradores e avaliam caso a caso para minimizar os transtornos", conforme a nota.