Sujeira e água acumulada causaram proliferação de insetos, segundo moradores
Situada na esquina da rua do Balneário com a Jânio Quadros, em Amaralina, uma área com 50 metros de largura por quatro metros de profundidade está abandonada há cerca de seis anos.
No local funcionava um supermercado que teve a estrutura demolida após um incêndio de grandes proporções, em 2009. Desde então, tem servido de depósito de lixo, água poluída, entulho, móveis danificados e até para o descarte de materiais hospitalares, segundo os moradores do bairro.
O proprietário do terreno já foi identificado e notificado pela Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) - o nome não foi divulgado - para realizar a limpeza do local e a drenagem da água suja em um prazo máximo de 48 horas, a contar da última quarta-feira.
A assessoria de comunicação do órgão informou que se trata do mesmo dono dos supermercados Atakarejo. A equipe de A TARDE tentou contatar a assessoria de comunicação da empresa, que não se pronunciou sobre o assunto até o fechamento desta edição.
Entretanto, um representante da rede de supermercados esteve no local, na tarde desta quinta-feira, 28, e confirmou a propriedade da área. De acordo com a assessoria da Sucom, o proprietário "mostrou-se disposto a solucionar o problema o quanto antes", e ontem mesmo, no final da tarde, o terreno começou a ser limpo e a água que estava acumulada, drenada.
Segundo a Sucom, além da limpeza e da drenagem, o dono do imóvel terá que isolá-lo até que defina uma finalidade para o espaço. Caso a notificação do órgão municipal não seja cumprida até o final do prazo previsto, a empresa será multada.
Risco de doenças
Por causa da grande quantidade de resíduos e da água empoçada, o local está infestado de insetos. No bairro, não é difícil encontrar pessoas que já foram picadas pelo mosquito Aedes aegypti e sofreram com sintomas de dengue, zika vírus e chikungunya.
"Em minha casa, todo mundo já ficou doente. No início desta semana, tive que levar minhas duas sobrinhas para a emergência e ambas foram diagnosticadas com zika vírus. Uma delas está tendo a doença pela segunda vez em menos de dois meses", contou a dona de casa Solange Anjos, 42.
O aposentado Edval Carneiro, 72 anos, conta que, à noite, a quantidade de mosquitos é ainda maior. Por conta disso, dormir se transformou uma tarefa complicada, até para quem não mora muito próximo do local.
"Moro no 7º andar e a casa fica infestada de insetos parecidos com muriçocas. Ligo o ventilador, uso diversos tipos de inseticida, repelente, e só durmo de calça comprida e blusa de mangas. Ainda assim, é muito incômodo, mal consigo descansar", afirmou.
Por causa da sujeira, o estudante Jorge Vítor Teixeira dos Santos, 12, deixou de brincar no local. "Costumava jogar futebol com meus amigos na redondeza, mas agora não dá mais, porque tem muito lixo, tenho medo de me machucar", disse.
Em caso de problemas com terreno baldio, moradores devem contatar a Sucom, por meio do telefone (71) 3202-9600