Igor, filho de Evani Pereira dos Santos, foi socorrido após desabamento de muro
A chuva fez neste sábado mais uma vítima em Salvador. Evani Pereira dos Santos, de 28 anos, morreu após o desabamento de um muro de um condomínio sobre a casa onde morava com o filho Igor, de 10 anos, na comunidade de Vila Santinha, localizada nos fundos da faculdade Unijorge, na Avenida Paralela. O garoto conseguiu escapar.
Ele sofreu escoriações pelo corpo, foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para um hospital. O mesmo destino teve um vizinho de prenome Cláudio, cujo imóvel também foi atingido pelo muro do condomínio.
A Secretaria Municipal de Urbanismo (Sucom) informou que notificará o condomínio Brisas por falta de manutenção predial, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura.
Segundo o órgão, os moradores da comunidade de Santinha já haviam sido notificados por agentes da Sucom para sair do local. O processo está no Ministério Público.
Evani foi a 22ª vítima em decorrência de fortes chuvas, no intervalo exato de dois meses. O acidente ocorreu 60 dias após os deslizamentos de terra que causaram 15 mortes nas comunidades Barro Branco (San Martin) e Marotinho (Bom Juá).

Casa ficou destruída após demoronamento (Foto: Marco Aurélio Martins | Ag. A TARDE)
Fatalidade
Ex-colega de trabalho de Evani, o vizinho José Roberto, 36 anos, contou que era por volta de 7h quando ocorreu a fatalidade. "O garoto ouviu o cachorro latir e foi olhar o que era. Ainda chegou a falar: 'mãe, o muro vai cair'. Mas não deu tempo de ela se levantar", disse.
Moradores da comunidade denunciaram que essa não foi a primeira vez em que o local esteve envolvido em um incidente com o condomínio. Em uma situação anterior, disseram, uma árvore caiu sobre a casa do morador de prenome Cláudio, cujo imóvel foi destruído pela segunda vez neste sábado.
Precariedade
Formada por vielas estreitas, a comunidade afetada pela tragédia não conta com infraestrutura, a exemplo de pavimentação e rede de saneamento. Situada às margens de um canal, o local tem frequentemente casas afetadas por alagamentos.
A aposentada Maria Lúcia dos Santos, 62, passou a noite em claro depois que começou a chover. A casa de cinco cômodos, onde mora com uma filha e quatro netos, foi invadida pela água que transbordou do canal.
A idosa diz que já perdeu as contas de quantas vezes sua casa foi inundada. "Não temos para onde ir", disse. Funcionários da Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza cadastraram os moradores afetados pela chuva.