As 72 unidades foram construídas por meio do programa Moradia Digna e custou R$ 8,69 mi
As 72 famílias que tiveram as casas destruídas durante um incêndio no conjunto Alagados VI (Massaranduba) em janeiro passado receberam nesta segunda-feira, 3, as chaves de moradias recém-construídas na localidade da periferia da capital. Os imóveis, compostos por 18 blocos com quatro unidades cada, possuem sala, banheiro, dois quartos e cozinha, distribuídos em 42 m², e já estão prontos para moradia.
A inauguração do empreendimento e a entrega das chaves dos apartamentos aos antigos moradores das palafitas foram feitas nesta segunda pelo governador Rui Costa (PT), em cerimônia realizada na comunidade conhecida como Baixa do Petróleo, em Massaranduba.
As residências, construídas pelo programa Moradia Digna, resultam de investimento de R$ 8,69 milhões, do governo do estado. Rui Costa disse que voltará ao local para inaugurar mais cem residências em dezembro que vem.
Confusão
Durante o evento, houve confusão com o vereador Vado Malassombrado (DEM), expulso do palanque após tentar discursar sem autorização. Com cartazes, moradores protestaram, pedindo o aumento do valor do aluguel social, benefício concedido pelo governo a famílias que perderam as casas ou possuem imóveis em situação de risco. Malassombrado apoiou a manifestação, dizendo que o valor pago atualmente (R$ 300) está defasado.
O governador, por sua vez, ressaltou que o valor foi reajustado em janeiro (antes era R$ 250), atendendo a uma reivindicação da própria comunidade, e que irá avaliar o pleito. "Eu vou reunir com a Conder (Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado) e, no que eu puder fazer dentro do orçamento, vou fazer. Mas a minha meta é concluir logo estas casas, retirar as famílias do aluguel social", destacou Costa.
Urbanização
As obras começaram em fevereiro. Feito o conjunto residencial, haverá intervenções urbanísticas na área, segundo o secretário de Desenvolvimento Urbano, Carlos Martins, para reurbanizar a área e "dar qualidade de vida às pessoas".
"Fizemos uma licitação para um processo de reurbanização da área. Vamos iniciar a construção da pista de bordo, para evitar novas invasões; ciclovias; duas quadras; dois píeres, para atender a pedido dos pescadores; iluminação e pavimentação com paralelepípedos", detalhou. Já foram feitas pista de 360 metros, implantação de grama e parque infantil.
Uma das beneficiadas foi Tânia Maria de Jesus, 60, que mora com filhos e netos. Ela foi sorteada pela construtura responsável pelos conjuntos, com casa mobiliada, e não escondeu a emoção: "Não tenho nem palavras. Foram meses muito difíceis, morando de favor. Hoje posso dizer com orgulho: tenho minha casa própria".
Maria José Bispo, 58, foi outra beneficiada. "Cumpriram o prazo e isso nos deixa satisfeitos. Vamos sair dessa vida, de depender do aluguel social". O incêndio atingiu a localidade no dia 14 de janeiro. Cerca de 50 palafitas foram completamente destruídas pelas chamas. Ninguém ficou ferido, mas a fumaça fez com que muitas pessoas passassem mal.