Com cartazes e vestidos com roupas brancas, eles caminharam e pediram justiça, paz e segurança
Cerca de 400 pessoas participaram neste sábado, 8, de uma caminhada pela paz em memória ao administrador Felipe Rauta Cabral, 25, morto durante um assalto na madrugada do dia 1º de agosto, no Imbuí.
Com cartazes nas mãos e vestidos de branco, moradores, amigos e familiares pediram paz e segurança. Antes da caminhada, os participantes do ato formaram um grande círculo, no canteiro central do bairro e rezaram pelo jovem.

Participantes se reuniram na praça de esportes do bairro e rezaram pelo jovem (Foto: Marco Aurélio Martins l Ag. A TARDE)
"Meu coração nunca mais será o mesmo. Há momentos em que eu nem sinto ele bater. Tentaram justificar a morte do meu filho com o fato dele ter parado na rua com o carro, mas ele não é o culpado. O estado tem obrigação de nos dar segurança", protestou Ana Luísa Cabral, 53, mãe do jovem.
Ana Luísa ainda criticou o poder legislativo e judiciário do país. "Se fosse filho de um presidente, de um senador, os políticos se mobilizariam. Como não é, eles não estão nem aí. Os bandidos matam porque sabem que permanecerão apenas uma semana na cadeia e logo estarão soltos", opinou.
O pai, Amaro Jorge Cabral, 55, disse que não vai desistir de lutar por justiça. "É muito triste. Só quem sente essa dor, sabe como é. Mas nós não desistiremos. Continuaremos a lutar por justiça. Infelizmente, a prisão desses criminosos não trará meu filho de volta, mas pelo menos nos confortará", disse.
Durante o ato, vários moradores falaram sobre os frequentes crimes do bairro. O empresário Jenuário Oliveira, 52, disse ter sido assaltado na região em janeiro. "Eu estava chegando em casa, quando dois assaltantes chegaram em uma moto, me abordaram e levaram meu carro e meus pertences", afirmou.
Para ele, o local precisa de mais policiamento e da reativação do posto policial. "Depois desse caso, a polícia intensificou as rondas e as ocorrências reduziram bastante. Isso precisa ser feito com frequência", disse.
Além de Felipe, moradores relatam que outras duas pessoas foram mortas no bairro, em junho. No dia em que foi morto, o administrador deixava a estudante de jornalismo, Aymée Francine, na rua Alberto Fiúza.
Por volta de 2h, ele foi abordado por duas pessoas e um dos assaltantes atirou contra o tórax do rapaz, porque ele teria se assustado com a ação. O caso está sendo investigado pela 9ª DT da Boca do Rio.
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