Jair Mendonça Jr.
Corpo de José Fernando Álvares foi enterrado no Cemitério Jardim da Saudade
Cerca de 300 pessoas foram nesta terça-feria, 6, ao Cemitério Jardim da Saudade, em Brotas, dar adeus ao engenheiro em áudio José Fernando Álvares Gundlach, 62 anos. Ele foi baleado no rosto durante um assalto em um ponto de ônibus no bairro do Saboeiro, no último sábado.
Fernando chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Geral Roberto Santos, mas não resistiu e veio a óbito na tarde de segunda, 5. Presente ao velório, um amigo de Fernando, que presenciou o crime e pediu anonimato, lembrou dos momentos de tensão.
Segundo ele, três homens em um carro modelo Palio Weekend, de cor verde, já haviam assaltado uma mulher minutos antes. Em seguida, foram em direção ao engenheiro de áudio que, segundo o amigo, entregou os pertences sem reagir. Mesmo assim, ele foi atingido no rosto.
"Presenciei tudo. Ele não reagiu", afirma o amigo, que ainda deu as características do assaltante. Eram três, mas só um desceu do carro e anunciou o assalto. Tinha entre 1,65 e 1,70 metros, cor preta, troncudo (forte) e estava de boné", descreve.
Legalidade
Com uma fita branca na camisa, familiares, amigos, cantores, músicos, produtores musicais e técnicos em áudio lotaram o cemitério. Tito Menezes, 38, engenheiro em áudio e amigo de Fernando, cobrou a legalidade da profissão.
"Não somos reconhecidos perante a lei. É um absurdo! Fernando vai e deixa filhos e esposa que dependiam exclusivamente do trabalho dele. Quais garantias a família dele terá? Nenhuma!", questiona Tito.
Para o cantor Buck Jones, Fernando foi um pioneiro no segmento. "A maioria dos artistas baianos passarou por ele. Ele trabalhou em quase todos os discos de ouro e platina que a Bahia ganhou. Uma grande perda para todos", lamenta Jones.