A religiosa Makota Valdina, a escritora Mel Adún e a jornalista Rosane Borges integraram mesa
Parte das celebrações do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25 de julho), o I Seminário Biopolíticas e Mulheres Negras: Práticas e Experiências contra o Racismo e Sexismo foi promovido pelo Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), por meio do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos.
Na mesa do debate, realizado nesta quarta-feira, 20, no auditório do MP-BA, em Nazaré, palestrantes como a religiosa Makota Valdina, a doutora em letras Conceição Evaristo e a jornalista Rosane Borges, pós-doutoranda em ciências da comunicação.
Coordenadora do grupo de atuação especial de proteção dos direitos humanos e combate à discriminação, a promotora de justiça Lívia Vaz, do MP-BA, destacou que a rede de proteção criada para combater a violência que vitima mulheres deve funcionar formando uma variação de instruções, cada integrante com sua condição especifica, atuando e reconhecendo a atribuição do outro.
"Normalmente, a porta de entrada da rede de atenção às mulheres vítimas de violência é a Delegacia Especial de Atenção à Mulher (Deam). Estamos recebendo muitas reclamações em relação ao atendimento praticado", disse Lívia Vaz.
"A vítima já sofre processo difícil de aceitação da violência, de assumir socialmente o que sofreu. Todo esse registro necessário, acaba muitas vezes causando desistência, por não terem a estrutura e atendimento especializado que deveria ter", explicou.
Segundo a promotora, o principal desafio para atender à demanda passa pela instrução às mulheres. "Não adianta só ir à delegacia de polícia, registrar boletim de ocorrência e conseguir uma medida protetiva se a vítima não sabe que essa medida tem validade e precisa renovar. É preciso que elas sejam instruídas a ajudar o Ministério Público a construir provas em relação ao agressor, para que ele seja condenado no final", finalizou.
Rede de atenção
No quesito atenção às vítimas, conforme a vice-prefeita Célia Sacramento, houve crescimento nos últimos quatro anos em Salvador. "Temos a Superintendência de Politicas para as Mulheres (SPM), ampliamos a rede de proteção, mas ainda é pouco. São quase três milhões de habitantes, a metade é de mulheres. Apesar de termos ampliado a atenção, ainda é preciso muito mais, dado os números que registram o nível de violência contra a mulher.
O seminário contou com apoio do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e População LGBT e do Grupo de Atuação Especial de Proteção dos Direitos Humanos e Combate à Discriminação.