Famílias lotaram a Praça Flora, na Pituba, para trocar objetos e participar de atividades gratuitas
Para estimular a reflexão sobre o consumismo infantil desenfreado foi realizada neste sábado, 1º, na Praça Flora, Pituba, a oitava edição da Feira de Troca de Brinquedos e Livros. O evento reuniu dezenas de crianças de dois a 12 anos, interessadas em brincar ao ar livre e permutar livros e brinquedos.
Estrategicamente realizada próxima ao Dia da Criança, em que há uma maior veiculação de publicidade voltada ao público infantil, a feira busca mostrar que não é necessário comprar para ter um brinquedo diferente, "novo".
As trocas são feitas, em sua maioria, sem interferência de adultos. "Estimulamos a liberdade e a autonomia infantil. Os responsáveis só auxiliam quando requisitados", disse a jornalista Brenda Medeiros, que faz parte da comissão de pais e mães organizadores.
A jornalista comentou que com a participação no evento, o filho naturalmente diminuiu o consumo de brinquedos. "Ele não tem objetos em excesso, apenas os que são realmente utilizados", avalia.
A programação do evento contou com um piquenique com lanches saudáveis, feito pela Nutrilla Refeições. As atividades infantis foram garantidas pelos grupo de brincantes Eureka e pelo projeto Livros Livres, que levou a literatura para a praça. Já as mães com bebês de colo tiveram a chance de fazer parte de uma aula de Dança Materna.
"Temos uma programação variada e a proposta é trazer as crianças e adultos para os espaços públicos. O evento acontece apenas duas vezes por ano, para deixar um gostinho de quero mais", disse Brenda. Mesmo assim, os organizadores estimulam que iniciativas parecidas possam acontecer em comunidades, condomínios e entre familiares.
Cultivar o desapego e a solidariedade é essencial para o desenvolvimento das crianças. É o que assegura a analista de sistemas Mariana Bastos. Foi com esse objetivo que ela levou a filha à feira. "Além da troca em si, os brinquedos que ela não quer mais ela costuma doar".
Guilherme Oliveira, de 7 anos, garante presença no evento há 2 anos. "Eu gosto muito de vir aqui", disse o menino. Às 10h da manhã ele já tinha brincado e trocado diversos brinquedos com outras crianças: "A mini-trave de plástico foi o que eu achei mais legal", comemorou, sobre a aquisição.
Parcerias
Com edições que já aconteceram no Parque da Cidade e Palacete das Artes, a praça Flora foi escolhida pelo "amplo espaço, sombreado por árvores e praticamente inutilizado pela vizinhança", explicou Mariana Sá, ativista do Movimento Infância Livre de Consumismo.
De acordo com ela, a movimentação para organizar a feira é grande: "A prefeitura é acionada para aumentar a segurança, buscamos colaboradores para pensarem em atividades recreativas e conversamos com donos de restaurantes próximos para liberar o uso dos banheiros", disse.
Para a ativista, é importante ocupar os espaços públicos. "Dá para utilizar melhor as praças da cidade. Mesmo com a feira, deixamos o espaço mais limpo ainda" afirmou.