Sindicato diz que categoria deve parar, mas ainda não definiu como será o ato
Os rodoviários de Salvador vão aderir ao dia nacional de greve e paralisações organizado para esta sexta-feira, 11, em todo Brasil. Contudo, eles ainda vão decidir na tarde desta quinta-feira, 10, como será a participação da categoria na capital baiana. Há possibilidade de paralisação em um dos turnos ou durante todo o dia. A informação é do diretor do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota.
Além dos rodoviários, outras categorias também vão aderir ao movimento, que protesta contra a PEC 55, que congela gastos públicos com educação e saúde. Não terá aula nas escolas estaduais e municipais, de acordo com o presidente do sindicato dos professores (APLB), Rui Oliveira. "Não terá aula (nas escolas públicas) em toda Bahia e vai ter mobilização em Salvador e nas grandes cidades da Bahia", disse o sindicalista.
Já a ação dos bancários terá foco na avenida Sete, no Centro da cidade. De acordo com o presidente do sindicato da categoria, Augusto Vasconcelos, será atrasada a abertura das agências desta região, abrindo a partir das 12 horas. Ele disse que outras grandes agências da cidade serão alvo do mesmo tipo de ação, contudo, não revelou em quais unidades isso vai acontecer.
Os maiores municípios da Bahia também devem ter agências com início do funcionamento adiado, como em Jequié, Irecê, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Juazeiro, Barreiras, Ilhéus, Itabuna, Jacobina e Camaçari.
Já os comerciários serão representados no dia de protesto por representantes do sindicato, que vão participar dos atos programados para o dia. Contudo, o presidente do órgão, Jaelson Dourado, disse que a mobilização não vai afetar o funcionamento das lojas de rua ou centros comerciais em Salvador, como shopings. "Será um ato de protesto, mas não vai ter greve. As lojas vão funcionar normalmente", garante.
Os ferroviários ainda não decidiram se vão aderir ao movimento, segundo o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Ferroviário e Metroviário (Sindiferro), Antônio Eduardo. De acordo com ele, a categoria se reúne nesta quinta para decidir se vai participar dos atos contra a PEC 55.
Ele adianta, no entanto, que mesmo que haja adesão ao movimento, os trabalhadores não devem parar nesta sexta, por conta de outras manifestações realizadas durante este ano. Com isso, os trens funcionam normalmente nesta sexta.
O metrô também vai funcionar normalmente.
Dia de protestos
Além das paralisações de serviços, o dia de protestos prevê dois atos em Salvador. O primeiro está agendado para acontecer em frente ao Shopping da Bahia, a partir das 7h. Também terá uma manifestação de trabalhadores na avenida Sete, a partir das 8h, segundo a Central Única de Trabalhadores na Bahia (CUT).
Ainda está programada uma passeata saindo do Campo Grande, a partir das 15h, em direção ao Fórum Rui Barbosa, em Nazaré.
As manifestações são organizadas pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. O movimento luta contra o corte de direitos dos trabalhadores.
"Queremos pressionar o governo Temer a retirar da pauta a PEC 55 e todo conjunto de projetos que tiram os direitos dos trabalhadores, como terceirização, elevação da idade para aposentadoria e flexibilização da CLT. Achamos que a crise não pode ser paga pelos trabalhadores. Isso é perverso", explica o presidente do Sindicato dos Bancários, Augusto Vasconcelos.
De acordo com ele, o governo teria outras formas de estabilizar a economia brasileira sem cortar os direitos trabalhistas. "Ao invés de retirar direitos, o governo deveria impor limites para o endividamento público através da redução da taxa de juros, que transferiu no ano passado 45% do orçamento da união para seis bancos", defende.
Ele também sugeriu uma reforma tributária que "diminua a tributação de quem ganha menos e aumente a de quem ganha mais".
*Colaborou Nicolas Melo