Monumento está localizado no Parque do Abaeté, em Itapuã
Danificado por vândalos em maio passado, o busto de mãe Gilda foi entregue à população, nesta segunda-feira, 28, totalmente recuperado. A reinauguração do monumento, localizado no Parque do Abaeté, em Itapuã, integra as ações do Novembro Negro na capital.
O ato, que reforça a luta contra a intolerância religiosa, contou com líderes de movimentos sociais e representantes da sociedade civil e do poder público.
Para mãe Jaciara dos Santos, filha biológica de Mãe Gilda e atual ialorixá do Abassá de Ogum, a homenagem lembra a luta pela liberdade de culto e respeito às religiões afro-brasileiras. “Falar de mãe Gilda e revitalizar o busto não é apenas celebração, é uma forma de dizer não ao racismo e à intolerância religiosa, que, de maneira velada ou não, têm crescido”, afirmou.
O ato foi uma realização conjunta do Terreiro Abassá de Ogum, Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi) e Comitê Inter-religioso da Bahia (Cirb).
A relevância da ação é justificada pelo aumento do número de casos de preconceito na Bahia. Em 2016, 169 casos de violação de direitos foram registrados pelo Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela – 117 de racismo e 52 de intolerância religiosa.
Mãe Gilda
A ialorixá Gildásia dos Santos tornou-se símbolo de resistência pela afirmação das religiões de matriz africana. Após ter a imagem maculada e o terreiro invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve problemas de saúde agravados e morreu em 21 de janeiro de 2000.