Missa solene foi rezada em igreja no Largo de Roma
Uma chuva de pétalas de rosas sobre o túmulo localizado na Capela das Relíquias, na tarde desta segunda-feira, 13, marcou o início da cerimônia pelos 25 anos de morte da Bem-aventurada Dulce dos Pobres. O ato ocorreu às 16h45, horário do óbito da beata, em 13 de março de 1992, aos 77 anos.
Em seguida, uma missa solene foi realizada na Igreja da Imaculada Mãe de Deus, no Largo de Roma, santuário de Irmã Dulce, pelo arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, dom Murilo Krieger.
Fiéis, funcionários e beneficiários das Obras Assistenciais Irmã Dulce (Osid), parentes, religiosos e admiradores lotaram o templo em homenagem ao Anjo Bom da Bahia, entre eles, o prefeito ACM Neto e a superintendente das Osid, Maria Rita Pontes.
A abertura foi feita pela Orquestra e Coral Irmã Dulce, formado por alunos do Centro Educacional Santo Antônio. “Ela entrou no coração do povo baiano. As pessoas se alegram quando falam, pois ela fez e continua fazendo parte da vida de muita gente. Com aquele jeito frágil, tinha uma força capaz de construir tudo isso pelo grande coração”, contou dom Murilo Krieger.
Recordações
Ao longo da solenidade, quem teve a oportunidade de conviver com a beata recordou momentos importantes. A auxiliar de enfermagem aposentada Valquíria Cardoso Maciel, 76 anos, trabalhou no Hospital Santo Antônio por 28 anos e cuidou de Irmã Dulce nos últimos seis anos de vida.
“Ela sempre pedia aos médicos que eles imaginassem que cada paciente fosse alguém da família. Mesmo quando ela não conseguia mais falar, comunicava-se por sinais e o que mais pedia era que as pessoas não voltassem para casa sem atendimento. Pedia, por tudo, que os pobres dela sempre fossem prioridade”, contou Valquíria.
Autor da música Azul dos Alagados e amigo da beata, o padre Antônio Maria esteve na missa. “Ela é um exemplo ideal, o mais próximo de Deus. E provou tudo isso com atos. Agradeço por ter acompanhado parte da vida dela e ter sido aceito como irmão”, disse.
O evento deu início ao calendário de atividades que devem ocorrer em 2017, que marca os 25 anos de morte de Irmã Dulce. Na programação ainda constam exposições, campanhas sociais, shows musicais, seminários, entre outros.
Festa litúrgica
Com a beatificação ocorrida em 22 de maio de 2011, quando adquiriu o título de Bem- -aventurada Dulce dos Pobres, a religiosa passou a ter o dia 13 de agosto como data oficial de celebração de sua festa litúrgica.
Atualmente, fiéis e religiosos esperam acompanham o processo de canonização que confere o título de santa para o Anjo Bom da Bahia. No entanto, há a necessidade da comprovação de mais um milagre atribuído à beata.
“Ela transcende ao tempo, gerações, religiões. Ela foi tocada pelas pessoas, então é mais fácil sentir intimidade com alguém assim. Está no inconsciente mesmo de quem não a conheceu”, disse o assessor de memória e cultura das Osid, o museólogo Osvaldo Gouveia.