Caixas de som colocadas nos veículos estão entre as principais causas do barulho
O bairro da Boca do Rio lidera o ranking de denúncias de poluição sonora por bairros em 2016. Foram 1.538 queixas, segundo dados da coordenação de fiscalização sonora do município, que até 2016 pertencia à antiga Superintendência de Uso do Solo (Sucom) e passou a fazer parte da Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop).
Em seguida, estão Itapuã (1.466), Cajazeiras (1.412), Pituba (1.197) e Pernambués (1.174). A subcoordenadora do órgão de fiscalização, Márcia Cardim, conta que a principal ocorrência se refere a sons em veículos. “São casos de jovens de 18 a 30 anos que fazem um paredão no carro para disputar o som mais alto e limpo. São os famosos paredões”, conta.
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As operações de apreensão são feitas com apoio da Polícia Militar, Guarda Municipal e Transalvador. As denúncias são feitas pelo 156. No entanto, o efetivo é insuficiente para atender a toda a cidade. Na coordenação, trabalham 15 fiscais e, segundo Márcia, há previsão de ampliação.
Atualmente, são feitas duas operações simultâneas na cidade. A meta é passar a realizar quatro. No entanto, ainda não existe previsão de quando terá início.
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Eu me sinto incomodada. No final de semana é pior. As pessoas reclamam, mas não adianta
Raquel Anunciação, moradora da Boca do Rio
A principal dificuldade para coibir a poluição sonora, segundo Márcia, é a mudança de consciência. “É a questão da educação. As pessoas acham que, durante o dia, pode qualquer volume. Infelizmente, só funciona na ação punitiva”, acredita.
“Eu me sinto incomodada. No final de semana é pior. Não consigo nem assistir TV. As pessoas reclamam, mas não adianta”, afirma a doceira Raquel Anunciação, 29, que mora na Boca do Rio. Também morador, Lourival Santos, 52, faz coro à queixa. “Ocorre mais no final de linha. No sábado é um barulho danado”, reclama.