Oxidada, a obra representa risco para quem frequenta a praça
Inaugurada em 2010, na praça Wilson Lins, no bairro da Pituba, a obra pública Vasco da Gama, o Navegador, do reconhecido e premiado artista plástico baiano Chico Liberato, foi interditada pela prefeitura.
O monumento, localizado ao lado da praia, está oxidado por causa do salitre e representa um risco para os frequentadores do espaço e moradores do bairro, de acordo com laudo elaborado pela Fundação Gregório de Mattos (FGM) após vistoria na escultura.
"Identificamos, através de vistoria, que a obra está em grau avançado de degradação e o local está deteriorado pela ação da natureza. Nos preocupamos com a integridade das pessoas que visitam a praça e, então, isolamos o local e estamos aguardando a autorização de Chico Liberato para retirada da obra", disse a diretora de patrimônio e humanidade da FGM, Milena Tavares.
A escultura, que homenageia o símbolo dos navegadores portugueses e os povos Opaxorô de Oxalá, que atravessaram o Oceano Atlântico com destino às Américas, foi construída em aço de grandes dimensões. O projeto da escultura foi elaborado por Chico Liberato, e a construção realizada pela iniciativa privada.
Segundo o artista, a obra representa um grande meio de transporte e conta a história de pessoas de coragem. "Eu gosto muito da obra, na verdade, todos gostam. Meu desejo é vê-la refeita. A recuperação deve ser feita com cuidado e com materiais que resistam ao salitre, sugere Liberato.
Família e FGM alegam falta de recursos para restaurar a obra (Foto: Adilton Venegeroles | Ag. A TARDE)
Recursos
Embora esteja instalada em uma praça pública da Pituba, a obra não foi doada à prefeitura. Segundo Milena Tavares, à época, foi solicitado à gestão municipal apenas o espaço para que a escultura fosse instalada por uma instituição privada.
Segundo ela, a fundação está procurando uma empresa para retirada da obra sem nenhum custo. "A família sugeriu uma réplica da obra, cujo custo ficaria em torno de R$ 219 mil. No entanto, não temos disponível esse dinheiro, então, sugerimos que, no local, seja instalado um busto do artista", disse.
Para Cândidaluz Liberato, filha de Chico, a família também não tem condições financeiras para custear a recuperação da escultura.
"Desde a inauguração, nós realizamos dois reparos na obra. Agora, não estamos conseguindo fazer a restauração por falta de recursos financeiros. Além disso, vão ser necessários materiais de qualidade para durabilidade do monumento", disse.
* Sob orientação do editor-coordenador Luiz Lasserre