Símbolo secular da resistência do povo baiano ao colonizador este ano recebeu indumentária na cor branca
Eram 18h50 quando os caboclos saíram do Campo Grande em direção ao Pavilhão 2 de Julho, na Lapinha. Ali, os símbolos dos festejos pela Independência do Brasil na Bahia ficarão guardados ao longo do ano.
O desfile, que encerra a celebração do triunfo contra os portugueses na Bahia, foi acompanhado nesta quarta-feira, 5, por centenas de pessoas, que festejavam ao som da banda de sopro Maestro Reginaldo de Xangô. “Tocaremos em nome da resistência do povo e para festejar o 2 de Julho, que é uma data importante para os baianos”, disse a coordenadora do grupo musical, Rita Batista.
Enquanto a banda dava as primeiras notas, a professora Ana Regina aproveitou o cenário para filmar a animação das pessoas diante da saída dos caboclos no Campo Grande.
“Esse movimento é importante, pois admiro a figura política e religiosa do caboclo”, disse Regina, que é umbandista e aproveitou a oportunidade para postar os vídeos nas redes sociais.
Durante o percurso, a participação popular se manifestou por meio de aplausos, que também vieram das janelas das casa do Centro da cidade, gritos de alegria e fogos de artifício.
“Todo ano estou aqui, porque eu adoro a folia”, contou a aposentada Maria Helena, que prometeu acompanhar o cortejo até o largo da Lapinha.
Os 6,7 km que separam o Campo Grande da Lapinha foram percorridos rapidamente. Os carros, que levavam os caboclos e oferendas chegaram ao pavilhão por volta das 21h30 desta quarta.
Manifestação
Movimentos sociais aproveitaram as comemorações da Independência do Brasil na Bahia para expor pautas nas ruas.
O coletivo Marcha das Passivas, que luta pelo direito das pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) estava presente no cortejo.
“Assim como combatemos os tiranos do passado [portugueses], estamos aqui para unir nossas forças e lutarmos contra a homofobia e retrocessos na política”, defendeu energicamente um dos líderes do movimento, Álvaro Lessa.
* Sob a supervisão do editor-coordenador Luiz Lasserre