Artur (esquerda) e Mateus foram apresentados nesta segunda-feira, 4
O assassinato de Rafael Santos Silva, de 20 anos, e a tentativa de homicídio contra Alan dos Santos Santana, 32, ocorreram durante a investida de Artur Arlindo Barbosa Pacheco, 25, conhecido como Arturzinho, para retomar o controle do tráfico de drogas no Alto de Ondina. Os crimes foram cometidos na noite do dia 1º de outubro.
É o que revelam as investigações desenvolvidas na 1º Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), do Departamento de Homicídios (DHPP). Artur, que afirmou fazer parte da Comissão da Paz (CP), é o 'Oito de Paus' do Baralho do Crime da Secretaria da Segurança Pública.
Ele perdeu o controle da 'boca de fumo' na região ao ser preso por tráfico de drogas com Mateus da Silva Oliveira, 23, o Pirrita, e Ycaro Caldas Fonseca, o Fantasmão, que também participaram da invasão.
“Eles foram presos juntos e saíram da prisão juntos, há dois meses. Mas não puderam voltar ao Alto de Ondina porque a área tinha sido tomada pela facção rival [BDM]. Artur então foi para o Nordeste de Amaralina e se organizou para retomar o território e se vingar dos antigos parceiros, que passaram para a facção rival”, disse a delegada Simone Moutinho, da 1º Delegacia de Homicídios (DH/ Atlântico), do Departamento de Homicídios (DHPP).
Ycaro morreu quatro dias após a invasão durante uma troca de tiros com policiais militares do Garra, unidade do Esquadrão Águia, no Vale das Pedrinhas. Artur e Mateus foram presos na última sexta-feira, 1º, ao se apresentarem no DHPP. As prisões se deram em cumprimento a mandados de prisão temporária pela morte de Rafael e pela tentativa de assassinato contra Alan.
“Não se trata de uma apresentação espontânea, pois cumprimos mandados de busca e apreensão na casa dos criminosos, no Alto de Ondina”, ressaltou a delegada.
Segundo ela, apenas umas das vítimas da invasão tinha envolvimento com o tráfico de drogas. Mas não revelou qual.
Durante apresentação à imprensa na manhã desta segunda, 4, no DHPP, Artur e Mateus negaram a invasão ao Alto de Ondina. Eles alegaram que tudo se trata de uma armação dos rivais com policiais para incriminá-los.
“Desde o dia em que sai da prisão não vi minha família. Em nenhum momento estive em Ondina. Isso aí é armação deles. Zóio e Charuto. Eles botaram nossas fotos no WhatsApp dizendo que a gente ia matar a população e a polícia”, afirmou Artur. “Zói, você vai ser cobrado. Você vai pagar”, ameaçou Artur.
Conforme a polícia, ele está envolvido na morte do médico Marcos Spínola Ramos, no Carnaval de 2013, e em um duplo homicídio, em Itinga, em Lauro de Freitas.