José Luis Oliveira Lima, advogado de Kátia, demonstrou tranquilidade quanto ao desenrolar do julgamento
Cinco testemunhas de defesa foram ouvidas nesta terça-feira, 5, durante o júri da médica Kátia Vargas. Um perito, contratado pela ré, iniciou o testemunho cercado de polêmicas. Em seguida, quatro pessoas comentaram sobre a vida da médica antes do momento que o carro e a moto arrancaram e a suposta colisão que causou a morte dos irmãos Emanuel e Emanuelle.
>>Veja o que disseram as testemunhas de acusação no júri
Confira o que as testemunhas de defesa disseram:
O perito criminal Alberi Espíndula
Antes da testemunha iniciar as declarações, o advogado de defesa Daniel Keller questionou o fato de um perito criminal ser relacionado como testemunha. Ele disse que deveria ser um assistente técnico e que não poderia ser tratado como testemunha. A juíza Gelzi Maria de Souza afirmou que esse é o entendimento de Keller, advogado da família das vítimas, mas que, segundo ela, assistentes técnicos são relacionados como testemunha sim.
Em seguida, Spindola iniciou com críticas a um ensaio de compatibilidade feito para apontar que a marca de tinta vermelha no carro de Kátia Vargas era a mesma tinta do capacete de Emanuel, que conduzia a moto. Foram apresentadas simulações de choques entre carros e motos, onde foi mostrado que se o carro tivesse tocado na parte indicada pelo teste de compatibilidade, as vítimas não teriam sido arremessadas ao poste, mas sim rolado pela pista.
O perito afirmou que, se o carro tivesse tocado na moto, uma marca azul do capacete de Emanuelle também deveria existir e não somente a marca de tinta vermelha, atribuída ao capacete de Emanuel. Questionado, o perito contratado por Kátia Vargas disse que não aferiu a velocidade que o carro da médica estava no momento do acidente.
Por fim, ao ser indagado pelo promotor Luciano Assis pela mancha vermelha no carro de Kátia, ele respondeu categoricamente: "Não tenho explicação". Houve uma discussão no final sobre a contratação do perito para o caso e a sua parcialidade. O julgamento foi suspenso por cinco minutos até o início da segunda testemunha.
Ana Tereza, dona da academia de dança que Kátia frequentava
A primeira das amigas pessoais de Kátia fez uma breve argumentação. Ela falou que a médica "perdeu a alegria de viver" e que "nunca mais retomar a vida dela".
Ivete Valadares, a amiga de infância
Ivete iniciou o testemunho falando do comportamento da amiga na infância. "Conheci Kátia quando tinha 6 anos de idade, conheci na alfabetização, já vai fazer 44 anos", disse a amiga. Ela relatou que era uma pessoa tranquila, que sempre que tinha confusão não se envolvia e chorava com medo. Ela também citou os projetos sociais mantidos pela oftalmologista.
Edmilton Ferreira da Silva, paciente da médica
Edmilton, que é deficiente visual, disse que conheceu Kátia em maio de 1994, quando o filho dele nasceu com glaucoma. Para que a criança fizesse uma cirurgia aos dois meses de vida, ele foi ao Hospital das Clínicas e conheceu Kátia, que fazia parte da equipe.
Ele informou que a médica sempre acompanhou o menino e que, após alta médica, deu o telefone da residência para que o contato fosse mantido. Segundo a testemunha, ela continuou acompanhando o garoto sem cobrar pelas consultas.
"Deus colocou na vida do meu filho um coração maravilhoso, colocava a melhor lente no olho do meu filho para que ele tivesse a visão e não ficasse com a mesma deficiência que eu", disse Edmilton.
Carina Lima, amiga pessoal
O depoimento de Carina também foi breve, Ela relatou a amizade das duas e destacou o projeto social chamado de "Corrente do Bem", em que as duas participavam.
A previsão inicial era que o julgamento seguisse até as 22h, mas após o depoimento das testemunhas de acusação e defesa a juíza Geize Almeida decidiu suspender a sessão antes das 20h. O julgamento será retomado na manhã desta quarta, 6, às 8h.