Leno realizou exame de corpo de delito e vai prestar depoimento nesta sexta, 15, na 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris)
O ator do Bando de Teatro Olodum, Leno Sacramento, baleado na perna em abordagem policial no centro de Salvador, e outros integrantes do grupo se reuniaram nesta quinta-feira 14, com o Secretário de Segurança Pública do Estado (SSP-BA), Maurício Barbosa, para discutir as medidas que serão tomadas contra os policiais civis que efetuaram os disparos.
Na ocasião, Leno Sacramento narrou o que ocorreu na tarde de quarta, 13, para o secretário e outras autoridades presentes, que prometeram rigor nas apurações.
"Os fatos serão devidamente apurados e acompanhados com todo o afinco que o caso requer, não somente pela Polícia Civil, mas pela Secretaria da Segurança Pública. Caso seja comprovada, dentro dos ritos, uma ação ilegal dos agentes, os mesmos serão devidamente punidos", garantiu Barbosa.
Já o delegado-geral da Polícia Civil, Bernardino Brito, destacou: "Nós não apoiamos condutas como as que ocorreram ontem. Há uma persistência de nossa parte em capacitar, todos os dias, os policiais, com o intuito de evitar casos de racismo e intolerância protagonizados por membros da corporação. A Corregedoria já está à frente para se ter o melhor resultado possível e se chegar à verdade e às medidas cabíveis".
O cenotécnico Garlei Souza, que acompanhava Leno Sacramento, mas que não ficou ferido, esteve presente. Outros atores do Bando de Teatro Olodum, o presidente da bloco afro, João Jorge Rodrigues, o diretor do Teatro Vila Velha, Márcio Meirelles, as secretarias estaduais de Promoção da Igualdade Racial, Fabya Reis, e de Cultura, Arany Santana, também participaram da reunião.
O caso
O integrante do Bando de Teatro Olodum foi baleado na perna durante uma abordagem policial nesta quarta, 13, na avenida Sete de Setembro, centro da cidade.
Leno Sacramento passava de bicicleta pela região do Forte de São Pedro, acompanhado do cinegrafista Garlei Souza, quando policiais civis à paisana teriam ordenado que os dois parassem e um deles atirou em seguida, atingido a perna do ator. Garlei não ficou ferido.
Em coletiva de imprensa na manhã desta quinta, 14, no Teatro Vila Velha, o advogado Cleifsson Dias afirmou que o caso será tratado como racismo institucional, com base na lei nº 7.716/89. Ele ressaltou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) deve ser responsabilizada pelo ocorrido, não apenas o policial que atirou contra os dois.
O artista realizou exame de corpo de delito e vai prestar depoimento nesta sexta, 15, na 1ª Delegacia Territorial (DT/Barris), em Salvador. A arma utilizada para efetuar o disparo será periciada e imagens de câmeras de segurança na região analisadas durante o processo.