O temporal atinge a capital baiana desde a última segunda-feira, 30 | Foto: Shirley Stolze | A TARDE
As fortes chuvas que têm marcado o início do ano devem perder força e garantir um fim de semana com sol na maior parte da capital baiana. De acordo com a Defesa Civil de Salvador (Codesal), a previsão é de sol com pouca chance de ocorrência de chuvas nos próximos dias.
O sistema de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN), responsável por causar as tempestades, trovões e a incomum chuva de granizo – registrada na quarta, 31, – está se deslocando lentamente para o oceano, reduzindo a possibilidade do mau tempo.
O meteorologista da Codesal Giuliano Carlos, à frente do Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil (Cemadec), explica que o VCAN é comum no Nordeste do país, principalmente no verão.
O fenômeno, formado graças a um sistema de alta pressão gerado na Bolívia, tem influência no tempo da capital baiana, já que Salvador está na borda do sistema. "O VCAN gira em sentido horário em altos níveis [na atmosfera] até chegar na superfície. Então, no centro do sistema temos tempo firme, ou seja, tem-se uma massa de ar quente e seco predominando. Já para quem está na borda do sistema, como é o caso de Salvador, temos formações de nuvens e consequentemente pancadas de chuva e tempestades", explicou.
Apesar da melhora do tempo nos próximos dias, o que pode garantir aos soteropolitanos e turistas que curtem o verão na cidade um final de semana de praia, o meteorologista alerta que o sistema de vórtices tende a oscilar. Apesar da tendência para os próximos dias ser de que o VCAN se desloque em direção ao oceano, não há garantia de que ele não volte a causar tempestades na capital pelo menos até o final da estação.
Prevenção
Sosthenes Macêdo, diretor da Codesal, destacou que além do monitoramento feito por satélites, duas estações meteorológicas e 51 pluviômetros possibilitam o monitoramento da chuva em toda a cidade. "Além dos satélites, com esses aparelhos eu consigo ver para onde está migrando a chuva. A cada 5 minutos temos a medida dos índices pluviométricos. Com esses dados sabemos para onde essa chuva está se deslocando, possibilitando, por exemplo, a retirada de moradores de áreas de risco", disse.
Até o início da noite de quinta, 2, a Codesal havia registrado 194 ocorrências. Dentre elas, 12 deslizamentos de terra, 37 ameaças de desabamento de imóveis e a queda de 5 árvores.
*Sob supervisão da editora Meire Oliveira