A advogada baiana Isabela Suarez, 39, encara há oito anos a liderança de uma das maiores associações sem fins lucrativos da Bahia | Foto: Moisés Dantas
Cooperação, perspicácia e inclusão. Essas são algumas das características consideradas mais importantes para a liderança de qualquer negócio, segundo a advogada Isabela Suarez, 39. Declaradamente apaixonada pelo que faz, a baiana é há oito anos presidente da Fundação Baía Viva, organização social sem fins lucrativos que busca resgatar a importância turística e ambiental das ilhas da Baía de Todos-os -Santos.
O trabalho de Isabela é grande. Em meio à extensa lista de atribuições do cargo, estão a escolha dos recursos que serão aplicados em cada trabalho e a negociação com órgãos do poder público para viabilizar as execuções e o desenvolvimento de projetos socioambientais nos locais de maior necessidade. Formada por um grupo de empresários em 1999, a Baía Viva atende principalmente as ilhas pertencentes a Salvador, com destaque para a Ilha dos Frades e de Bom Jesus dos Passos.
A história de relação da advogada com a região é antiga. Ainda criança, ela costumava visitar as ilhas da Baía de Todos-os-Santos com o pai. Pouco tempo depois de entrar na Fundação, Isabela foi escolhida pela diretoria para ficar à frente do projeto.
“A sensibilidade maior é uma característica da mulher. Acho que pela organização social na qual você precisa orientar pessoas, pela tendência maior à cooperação, capacidade de agir em muitas direções e por tentar trazer uma liderança horizontal, mais inclusiva, fui escolhida”, diz, sobre a indicação à presidência.
Na Baía Viva, além da estrutura organizacional fixa formada por cerca de 17 pessoas, Isabela também lida com o restante do quadro de colaboradores e com a comunidade das ilhas. Para garantir que o trabalho corra bem e que os resultados apareçam, ela aposta na integração entre todos os envolvidos. “Não me mantenho em uma bolha, sou acessível, as pessoas das comunidades têm meu telefone pessoal. Outra questão é que busco encorajar a participação de todas as pessoas. É importante você fazer com que elas percebam a sua importância no ambiente de trabalho”, diz Isabela.
Com tantas articulações, será que a advogada almeja outras conquistas? “A gente sempre quer mais, né? Embora eu esteja feliz com tudo o que já conquistei, quero realizar mais coisa dentro do que eu faço. A gente tem muito projeto bacana para o turismo e preservação da Baía de Todos-os-Santos”, aponta.
Multi Lideranças
Em meio à entrevista concedida ao Grupo A TARDE por telefone, uma voz de criança clamava a todo momento por atenção. “Só um momento, mamãe está conversando”, respondia calmamente a advogada. Era a hora de exercitar outra das suas diversas lideranças: a de ser mãe.
Casada e mãe de uma menina de três anos e de um bebê de 11 meses, a baiana conta que a rotina é corrida e que normalmente não fica em casa nos finais de semana. Entre o peso da atividade profissional e a família, ela acorda cedo para conseguir dar conta de tudo. Porém, para Isabela, é justamente essa capacidade de ser multi que faz a diferença na liderança feminina.
“Nós, mulheres temos mais inteligência emocional e intuição. Pelo fato da gente acumular milhares de tarefas, precisar se desdobrar mais para poder atender a todas as necessidades do nosso dia a dia, temos uma tendência maior à cooperação”, opina.
Apesar da vantagem, Isabela afirma que ainda faltam mulheres no cargo de liderança no mundo dos negócios. Lembrando sempre que lugar de mulher é onde ela quiser, a presidente da Fundação Baía Viva diz que a chave para o cargo de chefia passa, principalmente, pela busca do autoconhecimento.
“Acho que você se destaca a partir do momento em que valoriza as suas principais características. Acredito que a chave seja o autoconhecimento, é o que vai construir um caminho para uma ascensão no ambiente corporativo”, finaliza.
*Sob supervisão da editora Keyla Pereira