Ônibus voltam a circular pelas ruas de Salvador
Terminou às 14h desta quarta-feira, 28, a greve dos rodoviários, que se estendia desde a tarde de segunda, 26. Após mediação feita pela prefeitura, uma assembleia dos trabalhadores, realizada no Sindicato dos Eletricitários (Sinergia), na Sete Portas, decidiu pelo fim do movimento grevista.
O acordo feito entre o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps) e os empregados prevê aumento de 9% nos salários e de 14,47% no tíquete (de R$ 12,23 para R$ 14), além da redução da jornada de trabalho de 8h para 7h - com direito a 20 minutos de descanso - e criação de uma comissão permanente, que irá discutir, principalmente, a implantação do Plano de Participação nos Lucros (PLR).
Chama atenção o fato de o acordo feito nesta quarta ser praticamente idêntico ao que chegou a ser aceito pela diretoria do sindicato na segunda-feira e que depois foi rejeitado pela categoria. A diferença é de R$ 0,67 no tíquete. Antes, com o aumento de 9% no salário e na alimentação oferecido, o tíquete passaria a ser de R$ 13,33, contra os R$ 14 garantidos nesta quarta.
Divisão
Para o secretário geral do Sintroba, Valter Freire, "a aprovação da mesma proposta foi a prova de que grupos opositores tentavam denegrir a imagem do sindicato".
Há também quem atribua o recuo ao receio de que o julgamento do dissídio na Justiça fosse prejudicial aos trabalhadores. A categoria estava decidida a seguir em greve, nesta quarta, até que os advogados do sindicato explicaram as vantagens do acordo.
Além disso, o prefeito ACM Neto garantiu que a gratificação pelo trabalho no Carnaval será ampliada em 2015. Em coletiva realizada no fim da tarde, na prefeitura, Neto informou que um estudo será feito pela Superintendência de Trânsito e Transporte para definir os valores.
Segundo afirmou o prefeito, as 18 empresas que compõem o Setps não receberam compensação do município para ceder diante do movimento grevista.
O gestor garantiu que a tarifa dos ônibus não será reajustada até o fim do ano e descartou que a licitação das linhas do transporte coletivo tenha sido uma contrapartida dada aos empresários.
"Nem sabemos quem vai ganhar a licitação. Não poderia usá-la para isso. Nós queremos concorrência, com participação de empresas do Brasil inteiro", declarou.
O secretário de Urbanismo e Transporte, Fábio Mota, e o assessor de relações sindicais do Setps, Jorge Castro, também negaram que houve algum tipo de compensação.
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