Pai de Geovane, Jurandy não reconheceu o corpo identificado pela polícia
Os PMs Cláudio Bonfim Borges, Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende, da Rondas Especiais (Rondesp), estão presos no Batalhão de Choque da Polícia Militar, em Lauro de Freitas, suspeitos de envolvimento na morte do auxiliar de serviços gerais Geovane Mascarenhas de Santana, 23, desaparecido no último dia 2.
Lotados da 14ª Companhia Independente de Polícia Militar (Lobato), eles tiveram o nome revelado nesta sexta-feira, 15, pela Secretaria da Segurança Pública (SSP). Foram filmados, na Calçada, ao abordar a vítima, que, pelas imagens, atende à ordem de parar a moto (CG Titan, preta, placa JRB-9929) e, mesmo sem reagir, recebe um tapa no rosto. Depois, é levado pela viatura e um PM assume a direção da moto.
Nesta sexta, a SSP divulgou que o corpo de Geovane foi identificado no Instituto Médico- -Legal Nina Rodrigues (IML), por meio das impressões digitais. Mas o pai do rapaz, o comerciante Jurandy Santana, 40, não o reconheceu como sendo do filho.
Segundo a polícia, partes do corpo foram localizadas no dia 3, no Parque São Bartolomeu (tronco), e no dia 4, em Campinas de Pirajá (mão esquerda e cabeça). "Meu filho tem uma tatuagem na costela, com o meu nome, abaixo do peito esquerdo. Nenhum corpo que vi era dele", rebateu Jurandy.
Em coletiva, o secretário Maurício Barbosa afirmou que o corpo estava "carbonizado e em grau avançado de decomposição, o que pode ter apagado a tatuagem". Segundo ele, a mão, com certeza, é da vítima. O restante só a perícia, cujo resultado sairá em até 30 dias, poderá dizer.
Corregedoria
Jurandy soube do corpo pela manhã, quando pedia esclarecimentos sobre a apuração do caso na Corregedoria da PM, que já havia instaurado um inquérito policial militar (IPM). "Se fosse no Rio (de Janeiro), esses policiais já teriam sido mostrados. Mas, na Bahia, as coisas não funcionam assim", reclamou.
O corregedor, cel. Marconi do Nascimento, defendeu que o IPM considera o que está nos autos, mas a prisão de Geovane - interpelado como suspeito de roubar uma mulher na Baixa do Fiscal, no dia 2 - não foi registrada na 2ª Delegacia (Lapinha), que responde pela área, nem outra qualquer.
"O IPM foi instaurado no dia 11, mas recebemos determinação para deixar a investigação a cargo do DHPP [Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa]", argumentou, sem dizer de onde partiu a ordem.
Ele mostrou a cópia do depoimento de uma mulher ao órgão no dia 13, que diz não ter certeza de que Geovane era o suspeito e, por isso, fora liberado na Baixa do Fiscal.

Geovane Mascarenhas sumiu no dia 2 / 8, após uma abordagem policial (Foto: Arquivo pessoal)