Os colombianos Jhon Eduard Arcinegas Ospina, de 22 anos, e Maria Mileny Ciro Bedoyo, de 33 anos, estão internados em estado grave no Hospital de Doenças Tropicais de Goiânia e correm risco de morte. De acordo com a Secretaria de Saúde goiana, eles disseram que fugiram da Colômbia após o filho deles, de 9 anos, ter sido seqüestrado e morto no fim de 2006 por guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Segundo a secretaria, com o assassinato da criança, o casal decidiu partir com o outro filho, de 2 anos, do município de Pereira, no Departamento (Estado) de Risaralda, rumo ao Brasil em fevereiro do ano passado. A viagem teria durado mais de um ano e sido realizada a pé e por caronas.
Os colombianos contaram ter permanecido oito meses na Venezuela, dois meses em Manaus, no Amazonas, cerca de 15 dias na Floresta Amazônica e, por último, levado cinco dias para cumprir o trajeto entre Porto Velho, em Rondônia, e Goiânia. Inicialmente, o casal pretenderia seguir para Araguari, em Minas Gerais, mas, por orientação de um caminhoneiro, desembarcou em Goiânia.
Doentes, Ospina e Maria foram internados na unidade em 9 de fevereiro, cinco dias depois de chegar à cidade. O diretor do hospital, Boaventura Braz de Queiroz, informou que eles podem estar com malária, leishmaniose visceral, dengue e febre amarela. Exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública Giovanni Cysneiros (Lacen) devem ficar prontos até sexta-feira. Outros exames também estão sendo efetuados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Segundo a secretaria, por temer possíveis represálias das Farc, Ospina deseja manter a família no País e se mudar para São Paulo ou para o Rio de Janeiro. O filho deles está em um abrigo. De acordo com a secretaria, está previsto para hoje um encontro entre o cônsul da Embaixada da Colômbia, Sérgio Diaz, e o casal, mesmo com eles doentes em estado grave.