As cidades afetadas pela interdição das cavernas turísticas do Estado de São Paulo iniciaram hoje uma mobilização para a reabertura da visitação. O embargo, determinado pela superintendência paulista do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), alcançou todas as cavernas do Estado e afetou o turismo em pelo menos quatro municípios do Vale do Ribeira - Apiaí, Iporanga, Eldorado e Ribeirão Grande.
O prefeito de Apiaí, Donizete Borges Barbosa (PMDB), disse que a prefeitura tentará obter uma liminar na Justiça, caso o órgão federal não reabra a visitação. A medida será proposta pelas Associações dos Monitores Ambientais e dos Proprietários de Pousadas do Bairro da Serra, as duas com sede na cidade.
"O turismo é uma fonte de renda importante para a região e essa situação precisa ser revertida o mais rápido possível", disse. Em Apiaí, ficam dois núcleos de grutas do Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (Petar). O fechamento sem aviso prévio, segundo Barbosa, criou uma situação "embaraçosa" para os órgãos de turismo do município.
"No final de semana, vários grupos, inclusive de escolas, tinham agendado visitas e perderam a viagem." Ele estranhou o fato de a exigência do plano de manejo ter sido feita apenas no Estado. "Na nossa região, o número de cavernas é muito grande e cada uma tem uma característica diferente", afirmou.
Plano"O plano de manejo tem de ser bem feito para que funcione e isso leva tempo." Em Iporanga, a população começou a correr um abaixo-assinado pedindo a reabertura das cavidades. O documento será levado por uma comissão à Secretaria do Meio Ambiente do Estado e ao Ibama. O prefeito Ariovaldo da Silva Pereira (DEM) teme que o impedimento se prolongue até as férias de julho, quando as cavernas são muito visitadas. A cidade abriga o Núcleo Santana, com o principal conjunto de cavernas do Petar, entre elas a própria Santana, segunda maior do País, e a Casa de Pedra, com uma entrada de 185 metros de altura, a maior do mundo. Em Ribeirão Grande, fica o núcleo de cavernas do Parque Estadual de Intervales. "O impacto está sendo negativo para a cidade", disse o secretário de Gabinete da prefeitura, Jean Carlos Soares.