Uma das bandeiras de campanha da atual gestão, com empréstimos de US$ 100 milhões garantidos pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Programa de Reabilitação da Área Central de São Paulo (Procentro) avançou em ritmo lento nos três anos de administração dos prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) e deu um prejuízo de R$ 420 mil ao Município. Segundo dados do BID, entre janeiro de 2005 e fevereiro deste ano, a atual gestão usou US$ 4 milhões (4%) dos US$ 100 milhões que estavam à disposição. É menos da metade do montante investido em seis meses na gestão Marta Suplicy (PT). Entre junho e dezembro de 2004, segundo balanço do BID, a petista investiu US$ 11 milhões.
Longe de reconfigurar a região central, o projeto restringe-se a investimentos pontuais. As principais obras da gestão passada com o dinheiro do programa foram o Conjunto Habitacional Parque do Gato, na Marginal do Tietê, e a reforma do Mercado Municipal. A atual administração concluiu as reformas da Sé e da Praça da República.
Logo depois de assumir a prefeitura, Serra decidiu mudar o foco dos investimentos programados pela gestão anterior. Só em abril passado, a Prefeitura detalhou os principais projetos que receberiam os recursos do BID: a demolição do Edifício São Vito e do Viaduto Diário Popular, a urbanização do Parque D. Pedro II e a construção de um museu para crianças, no Palácio das Indústrias. O objetivo era revitalizar a região do Mercado Municipal.
Além dos US$ 15 milhões emprestados pelo BID, foram investidos mais US$ 16,1 milhões como resultado da contrapartida paga pela Prefeitura. O Procentro prevê que o município conceda ao todo contrapartidas de US$ 67 milhões.
A principal vantagem do empréstimo concedido pelo BID a São Paulo é o longo prazo para ser pago. São 25 anos para acertar as contas, prazo que começa a contar seis meses depois do último desembolso feito pelo BID. São Paulo, porém, compromete-se a pagar uma taxa de 0,25% sobre o valor do dinheiro que não é usado. A lentidão nos investimentos, por enquanto, já custou R$ 420 mil aos cofres públicos. As informações são do
Jornal da Tarde