As indústrias de refino de petróleo, metalurgia e minerais não-metálicos (cimento, cerâmica, vidro e gesso) respondem por mais da metade das emissões de dióxido de enxofre (SO2) e particulados finos (PM10) no Rio. A capital fluminense, além de Volta Redonda, no sul do Estado, Cantagalo, no centro-norte, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, são as cidades mais atingidas por esses poluentes. O resultado faz parte de um levantamento inédito feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre o potencial de poluição industrial, divulgado hoje.
Com dados de 2003 e a partir de metodologia desenvolvida pelo Banco Mundial (Bird), os técnicos do IBGE estimaram o potencial de contaminação do ar pela indústria em todo o Estado. Depois do projeto-piloto, a idéia é expandir a pesquisa para o restante do País, o que deve ocorrer entre um e dois anos.
"Esse levantamento indica e localiza as indústrias poluidoras. É de grande importância para o planejador (Estados, prefeituras) para direcionar recursos. Ele não dá a medida real da poluição, mas informa a capacidade de poluir", afirmou a pesquisadora Rosane Moreno, da Coordenadoria de Recursos Naturais e Estudos Ambientais do IBGE.
De acordo com o estudo, a indústria fluminense tem o potencial de emitir 83 mil toneladas ao ano de SO2 e 19 mil de PM10 (partículas sólidas ou líquidas muito finas, produzidas pela queima de combustíveis pesados, e muito nocivas ao aparelho respiratório). "Esses são dados teóricos e subdmensionados, e não tenho como comparar com medições feitas por órgãos ambientais. São informações válidas, principalmente para regiões do Brasil que não tenham agências ambientais e onde as indústrias não controlam emissões de gases", disse.