Sem maiores emoções previstas no âmbito interno, as atenções políticas devem se concentrar nesta semana no cenário externo com a política externa do governo Lula passando por um duro teste com a nacionalização do setor de hidrocarbonetos na Bolívia.
A medida afeta diretamente a Petrobras e o fornecimento de gás natural para o Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apoiou a eleição de Evo Morales à Presidência na Bolívia e atuou como seu interlocutor no cenário internacional.
O governo boliviano assinou um decreto para nacionalizar o setor de hidrocarboneto do país, obrigando as petrolíferas estrangeiras a ceder ao Estado a propriedade de seu petróleo e gás natural a partir desta segunda-feira.
A legislação fixa um prazo de 180 dias para que as petrolíferas fechem novos acordos de operação. Morales colocou sob controle militar os campos de petróleo do país, logo após o anúncio da nacionalização.
Lula e o governo brasileiro esperavam um tratamento diferenciado para a Petrobras em função das boas relações entre os dois governo.
No campo interno, o PT define quem será o candidato do partido nas eleições pelo governo do Estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do país e reduto político de Lula.
Disputam a indicação a ex-prefeita Marta Suplicy e o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante. O vencedor terá a difícil tarefa de enfrentar o favorito no Estado, o ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB).
Veja a seguir os principais eventos políticos previstos para esta semana.
TERÇA-FEIRA
-- Lula convocou reunião para discutir a crise boliviana. Devem participar o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau; o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli; e o ministro interino das Relações Exteriores, Samuel Pinheiro Guimarães.
-- O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deve ir (10h) à Comissão Mista do Orçamento na Câmara para explicar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2007.
-- O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin faz palestra no Centro Industrial do Ceará (CIC), em Fortaleza.
QUARTA-FEIRA
-- O plenário da Câmara vota o processo de cassação do deputado Josias Gomes (PT-BA) também por envolvimento no chamado mensalão.
-- Lula deve participar, no Palácio do Planalto, de uma solenidade de comemoração do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.
-- Se conseguir destrancar a pauta, a Câmara tenta votar a minirreforma tributária, que garante recursos adicionais ao Fundo de Participação dos Municípios, prevê a unificação do ICMS e a redução do número de alíquotas no país.
-- O Conselho de Ética vota o parecer contra o deputado Vadão Gomes (PP-SP), também acusado de envolvimento no mensalão.
-- A CPI dos Bingos tenta realizar reunião administrativa em que deve ser analisadas as convocações do ex-presidente da Caixa Econômica Jorge Mattoso e do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. A oposição tentará, mais uma vez, votar a quebra de sigilo do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto.
--O Senado deve discutir a proposta de emenda constitucional que estabelece o voto aberto para casos de perda de mandato parlamentar.
NA SEMANA -- Alckmin deve encerrar a semana visitando Minas Gerais, em companhia do governador mineiro, o também tucano Aécio Neves.