Depois de passar 24 horas no cativeiro, numa barraca no meio de um canavial, em Tietê, na região de Sorocaba (SP), um empresário de 74 anos foi solto pelos seqüestradores para providenciar o pagamento do próprio resgate.
Foi exigida quantia tão alta que apenas o empresário teria como conseguir o dinheiro. Para amedrontar a vítima, os bandidos alegaram pertencer ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Disseram que o matariam e a seus familiares, caso não recebessem o dinheiro.
Solto, o empresário não procurou a polícia, levantou o dinheiro e pagou o resgate - o valor não foi divulgado. O caso, ocorrido há duas semanas, terminaria assim, sem aparecer nas estatísticas policiais, se os bandidos não tivessem continuado com a extorsão. Eles exigiram uma nova quantia para não seqüestrar um neto da vítima.
Depois de vários telefonemas e ameaças, o pai da criança decidiu procurar a polícia. A Delegacia Anti-Seqüestro (DAS) de Sorocaba passou a monitorar as ligações dos criminosos. Na noite de anteontem, a equipe chegou a um telefone público, no bairro Altos do Tietê, no momento em que um dos bandidos negociava com o filho do empresário. Houve troca de tiros. O criminoso foi atingido, os outros fugiram em um carro.
A polícia já identificou todos os integrantes do grupo. Eles são suspeito de atuar em vários seqüestros na região.
Buscas continuam - A polícia da capital continua a busca pelos suspeitos de seqüestrar o advogado Ricardo Mutran, filho do vereador Wadih Mutran (PFL). Ele foi rendido quando jantava com a família num restaurante na Vila Maria no dia 19 de julho e libertado no fim de semana.
Três pessoas foram identificadas pelo crime. Já estão com a prisão temporária decretada Cleiber Neves Santos, Aparecido Silva Souza e Alfredo Albuquerque. As fotos dos três acusados foram divulgadas na segunda-feira.
No entanto, a polícia ainda não descobriu os locais usados como cativeiro. A família do advogado insiste que não houve o pagamento de resgate de R$ 3 milhões, valor exigidos pelos bandidos.