O número de testes antidoping realizados nas empresas subiu 26% em um ano, segundo dados do Laboratório de Análises Toxicológicas (LAT) da Universidade de São Paulo (USP). No ano passado, 3.479 funcionários foram submetidos ao exame, contra 2.760 em 2007. A quantidade de empresas que participam do Programa de Prevenção e Controle do Uso de Drogas no Ambiente de Trabalho, coordenado pelo LAT, não se alterou nos últimos dois anos: permanecem as mesmas 300 corporações.
?A base continua igual?, atestou o professor Maurício Yonamine, responsável pelo laboratório. ?O que fez o número crescer foi o aumento da confiança dos trabalhadores no programa?, afirmou. ?Eles sabem que, mesmo que o exame der positivo, não serão demitidos.? Ninguém pode ser obrigado a fazer o exame antidoping - a menos que o funcionário exerça uma função de alto risco, como o manuseio de máquinas. Portanto, é possível recusar sem sofrer qualquer tipo de sanção. Dessa maneira, muitos funcionários se valiam desse direito e negavam sua participação no programa.
?Mas com o tempo isso tem mudado?, disse Yonamine, lembrando que o programa existe desde 1992. ?Os trabalhadores entendem que o objetivo das empresas não é puni-los, mas sim tratá-los e melhorar sua condição de trabalho. Não sei de ninguém que tenha sido demitido porque o exame deu positivo.? Atualmente, a substância que mais aparece nos exames é a maconha. ?É uma droga socialmente aceita, que passa a falsa impressão de não ser perigosa?, justificou a psiquiatra Vânia Maria Baggio Foloni, da Medicina do Trabalho do Hospital Israelita Albert Einstein. ?O cidadão começa a usar no fim de semana, com a ilusão de que aquilo é um entretenimento, um jeito de relaxar do estresse?, acrescentou. ?Mesmo quem só usa no fim de semana prejudica seu rendimento na empresa e sua saúde?, alertou. As informações são do
Jornal da Tarde.