Ana Paula e Ana Caroline Ribeiro Fonseca foram aprovadas na primeira etapa do vestibular da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Ana Paula, de 19 anos, para o curso de direito noturno, dentro do universo de cotas para negros. Ana Caroline, de 17, para o Curso de Comunicação Social, mas na categoria universal, já que seu pedido para ingressar nas cotas foi recusado. A situação não despertaria maior interesse se não fosse por um detalhe: Ana Paula e Ana Caroline são irmãs.
Durante o processo de seleção das cotas no Maranhão, foram negadas 343 solicitações de negros. Caroline, que tenta o primeiro vestibular, se disse indignada. "Sempre achei que o sistema de cotas era válido, mas que os critérios eram questionáveis", disse. Ana Paula, por sua vez, acha que "foi um erro". A mãe das jovens disse que irá entrar com uma ação contra a universidade por danos morais e também recorrer ao Ministério Público (MP) para garantir às duas filhas o direito às cotas.
O presidente da Comissão de Validação das Cotas para Negros, professor Carlos Benedito Rodrigues da Silva, afirmou que pode ter havido erro na hora de transcrever o resultado da entrevista dos pretendentes a entrar no sistema de cotas. Ontem, pouco mais de sete mil candidatos fizeram as provas da segunda etapa do vestibular da UFMA. Desses, 1,2 mil estava nas cotas para afrodescendentes.