Amapá está sem luz após um incêndio atingir uma subestação | Foto: Rudja Santos | Amazônia Real
A Anistia Internacional Brasil, organização não governamental que defende os direitos humanos, manifestou grande preocupação com as violações de direitos humanos cometidas há pelo menos 11 dias seguidos no Estado do Amapá, com a falta de fornecimento de energia elétrica, de abastecimento de água e a crise humanitária delas decorrente.
O Amapá está sem luz após um incêndio atingir uma subestação que causou o desligamento da linha de transmissão e das usinas que abastecem a região. Um laudo preliminar realizado no transformador que pegou fogo em uma subestação em Macapá detectou que o incêndio teve início após uma peça do equipamento superaquecer.
Conforme o apurado pela Anistia Internacional, há denúncias sobre o uso excessivo da força pela Polícia Militar em repressão às manifestações na região metropolitana de Macapá, com relatos de diversas pessoas feridas pelo uso de armas com balas de borracha.
Segundo a organização, a repressão da Polícia Militar também atingiu o território quilombola de Casa Grande, em Curiaú. Durante uma manifestação, no último fim de semana, 13 viaturas da polícia militar e do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) do estado do Amapá, teriam sido enviados ao território para reprimir o protesto. Os relatos apontam que a polícia agiu com violência e excesso, resultando em manifestantes feridos.
"É preciso que o Ministério Público do Amapá investigue a ação da polícia que resultou no uso excessivo do uso da força pela Polícia Militar do Amapá, com diversas pessoas feridas. O direito à livre manifestação deve ser respeitado, e é dever do Estado agir dentro dos limites legais e parâmetros internacionais do uso da força", pontua Jurema Werneck, diretora executiva da Anistia Internacional Brasil.