Noel Prioux afirmou que morte de João Alberto foi uma "tragédia de dimensões incalculáveis"
O CEO do Carrefour no Brasil, o empresário Noel Prioux, se pronunciou em comunicado veiculado na rede de TV no último sábado, 21, sobre a morte de João Alberto Freitas, trabalhador autônomo que foi assassinado durante uma abordagem de seguranças da loja na noite da última quinta-feira, 19, em Porto Alegre.
A peça foi exibida na Rede Globo durante intervalo do Jornal Nacional e posteriormente foi publicada na internet. Nela, Prioux, ao lado do vice-presidente de Recursos Humanos do grupo, João Senise, afirma que o caso não representa os valores da empresa e pede desculpas à família da vítima.
“O que aconteceu na loja do Carrefour foi uma tragédia de dimensões incalculáveis, cuja extensão está além da minha compreensão, como homem branco e privilegiado que sou. Então, antes de tudo, meus sentimentos à família de João Alberto e meu pedido de desculpas aos nossos clientes, à sociedade e aos nossos colaboradores”, disse Prioux.
"Se uma crise como essa está acontecendo conosco é porque temos a responsabilidade de mudar isso na sociedade. A morte de João Alberto não pode passar em vão. E é por isso que assumimos hoje o compromisso de ajudar a combater o racismo estrutural. Comunicaremos nos próximos dias todas as nossas iniciativas e o comitê dedicado exclusivamente a esta causa".
A morte de João Alberto, na véspera do Dia da Consciência Negra, chocou o país e originou protestos antirracistas por todo o Brasil. Cerca de 2.500 pessoas se reuniram em um protesto em Porto Alegre, na frente da loja onde João Alberto morreu, e manifestantes invadiram e quebraram a loja do Carrefour em um shopping da avenida Paulista.