Nesta sexta, 28, o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região sofreu um ataque que tirou o sistema do ar
Ataques hackers cresceram no país. Segundo o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, foram mais de 20 mil notificações registradas por órgãos públicos em 2020, até este mês.
Nesta sexta, 28, o Tribunal Regional Federal da 1.ª Região sofreu um ataque que tirou o sistema do ar. Foi a quarta grande instituição federal a ser atacada em menos de um mês.
No turno das eleições municipais no país, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também sofreu um ataque, que atrasou a divulgação dos resultados do pleito. A investida não chegou a prejudicar o resultado das urnas, mas foi usado por bolsonaristas para impulsionar uma campanha de desinformação.
Neste domingo, 29, ocorre o segundo turno das eleições em alguns municípios e o TSE reforçou seu sistema de segurança digital. A Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF), por sua vez, têm atuado no sentido de identificar e investigar o uso das redes sociais para divulgar notícias falsas sobre fraudes nas eleições.
De acordo com o Estadão, o hacker identificado como M1keSecurity, que notificou anteontem à noite a invasão ao próprio TRF-1 e postou a figura de um diabo para comemorar o sucesso da ação, afirmou ser ligado ao CyberTeam. Ele negou motivação política e disse ter agido por “diversão”. Liderado por um jovem de 19 anos conhecido como Zambrius, que está em prisão domiciliar em Portugal, o grupo também reivindicou a investida contra o TSE e o Ministério da Saúde.
O aumento deste tipo de ação está confirmada em números. De janeiro até o último dia 11, o núcleo do GSI que monitora questões referentes à cibersegurança registrou 21.963 notificações desse tipo no País, do governo e de fora do governo. Em todo o ano passado, foram 23.674 registros.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, determinou a criação de um “comitê cibernético” para preparar medidas de proteção à Justiça. Uma das críticas de especialistas é o fato de o Judiciário não ter um centro permanente, nesse modelo, para monitorar e reagir a incidentes.
“Estamos todos preocupados. Me parece mais um vandalismo, mas, e se fosse algo mais profissional, para apagar ou inserir dados? Ficamos sem saber qual o grau de vulnerabilidade que o sistema apresenta”, afirmou o advogado Marcelo Bessa, integrante do Instituto de Garantias Penais (IGP)