Dalton foi afastado do cargo no fim de dezembro de 2020 e passou a responder na Justiça trabalhista
O professor Dalton César Milagres Rigueira, acusado de ter mantido por 38 anos Madalena Gordiano em regime análogo à escravidão, foi demitido da Fundação Educacional de Patos de Minas (FEPAM). O professor lecionava nos cursos de veterinária e zootecnia. Dalton foi afastado do cargo no fim de dezembro de 2020 e passou a responder na Justiça trabalhista após Madalena ter sido resgatada da residência do acusado, em Patos de Minas (MG).
A família Milagres Rigueira colocou o apartamento à venda para que o valor possa pagar a indenização de Madalena, que aguarda a decisão em Uberaba. Até agora, apenas a ação trabalhista está em curso, mas sem previsão de desfecho. No mês passado, as duas partes começaram a negociar. A família Milagres Rigueira propôs entregar o imóvel que está avaliado em R$ 600 mil e possui uma dívida, já parcelada, de R$ 190 mil.
O advogado de Dalton chegou a divulgar uma nota sobre um suposto acerto. Madalena, porém, não aceitou a proposta, apontando que o valor é inferior ao indicado e que, após a quitação do financiamento, sobraria cerca de R$ 200 mil.
A última audiência promovida pelo Ministério Público do Trabalho entre as partes ocorreu na última quinta-feira, 4, durou 2h30 e terninou sem acordo. O próximo encontro entre Madalena Gordiano e a família Milagres Rigueira está marcado para a próxima semana na Procuradoria Geral do Trabalho de Patos de Minas.
Durante os 38 anos em que esteve sob a guarda de Dalton e da mãe dele, Maria das Graças Milagres Rigueira, Madalena nunca teve qualquer direito trabalhista, como salário, férias, 13º e outras garantias. Em uma entrevista ao UOL, Madalena disse que acordava às 2h e só encerrava às 20h. Com uma jornada diária de trabalho de 18 horas, a defesa de Madalena Gordiano alega que ela tem a receber mais de R$ 500 mil só em horas extras.