Jeff Bridges e Timothy Bottoms em "A Última Sessão de Cinema"
Uma reflexão sobre o passado do cinema e seu status enquanto arte pode ser feita a partir da mostra que começa nesta quinta-feira, 5, na Sala Walter da Silveira, e prossegue até o dia 11, reunindo oito filmes do cineasta e historiador norte-americano Peter Bogdanovich e três títulos que influenciaram sua trajetória como diretor, iniciada em 1968 com Na Mira da Morte (Target).
Target resgata o eterno Frankenstein, Boris Karloff, e foi realizado sob a chancela do rei do filme B, Roger Corman, que aliás deu a primeira chance a muitos dos da hoje conhecida Nova Hollywood, como Martin Scorsese e Francis Ford Coppola.
Foi um salto na carreira de Bogdanovich (até então um crítico e historiador de cinema que entrevistou vários cineastas), logo em seguida notabilizado por A Última Sessão de Cinema (1971), Esta Pequena É Uma Parada (1972) e Lua de Papel (1973), que abre a mostra.
Todos os filmes são como um recuo ao passado. O cineasta havia encontrado a fórmula perfeita na revisita aos clássicos, em homenagem a mestres como John Ford (As Vinhas da Ira, de 1940, e A Paixão dos Fortes, 1943) e Howard Hawks (Rio Vermelho, 1948), cujos títulos citados também serão exibidos.
Com o subtítulo Os melhores filmes já foram feitos, a mostra parte da ideia de que o cinema vivia uma crise de criatividade. Na realidade, a famosa frase do cineasta norte-americano surgiu de uma conversa com Orson Welles, que o teria dito que o cinema morreu em 1962, com O Homem Que Matou o Facínora, de Ford.
Parecia também que a partir de Lua de Papel toda a criatividade de Bogdanovich se esvaiu. Sempre foi voz corrente que o cineasta experimentou uma série de fracassos e somente se reergueu com Marcas do Destino. Mas não foi bem assim. Outros títulos realizados depois de 1973, além daquele de 1985, integram a mostra. Estão prontos para uma reavaliação.