Dani Calabresa, Danton Melo e Rodigo Sant´ana participam do filme
O universo do jornalismo sensacionalista e das disputas pela ocupação do posto de âncora de um jornal televisivo é o pano de fundo de A Esperança é a Última que Morre, mais uma comédia com atores globais a invadir a salas de cinema.
Dani Calabresa vive a repórter Hortência, obrigada a fazer matérias pouco empolgantes, como a de um festival de biscoitos ou concursos caninos. Enquanto isso, sua colega e maquiavélica Vanessa (Katiuscia Canoro, a Lady Kate do antigo Zorra Total) faz sucesso pegando as melhores pautas.
Com a ajuda dos amigos Eric (Danton Mello) e Ramon (Rodrigo Sant'anna, também lembrado no Zorra Total pela personagem Valéria), que trabalham num necrotério, eles passam a forjar homicídios falsos inspirados em ditos populares. Assim, eles criam o imaginário Assassino dos Provérbios, e Hortência passa a chamar atenção na redação cobrindo essas matérias, enquanto a cidade assusta-se com a onda de mortes bizarras.
O diretor Calvito Leal estreou dirigindo o longa documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Dei, mas parece ter se rendido ao sucesso das comédias atuais. Apesar disso, ele defende que seu filme não se trata de humor rasgado.
"Antes da comédia, eu queria ter uma história com começo, meio e fim, para depois chegar na comédia", confessa Calvito. A opção por um tom menos cômico e mais dramático enfraquece um tanto a história, que se torna um tanto previsível.
Mas desde o início do filme é possível perceber o tom farsesco da narrativa. Desde a ideia de um assassino que se inspira em provérbios até a cenografia e direção de arte que investem num tom colorido - até mesmo no figurino dos atores -, o que dá impressão de adentrar num mundo irreal, estranho.
O roteiro do filme é assinado por Eduardo Albuquerque e Patrícia Andrade e tem sido maturado desde 2007, quando nasceu a ideia. Calvito conta que na época não havia esse boom das comédias brasileiras atuais, mas desde o início Dani Calabresa já havia topado protagonizar a história.
Cinema e TV
Aqui, não dá pra não associar ao filme certo humor feito na televisão, ainda mais por conta do elenco principal. Dani Calabresa fechou contrato há pouco tempo com a Rede Globo e participa da nova formação do Zorra Total.
Mas segundo a atriz, é bem diferente fazer humor nas duas mídias. "O mais difícil em fazer cinema é a concentração. Começa pelo meio, no dia seguinte a gente filma o fim do filme, depois volta para o começo e você tem que seguir as emoções da personagem. É uma entrega maior ainda que na TV", relata Calabresa.
Não só ela, mas todos os outros atores principais investem menos na caricatura e no humor visual exagerado, também para se distanciar dos personagens que acabam fazendo na telinha.