Mel Gibson em cena de "Os Mercenários 3"
A certa altura de Os Mercenários 3, o personagem de Harisson Ford diz para Barney (Sylvester Stallone): "Faz muito tempo que não me divertia tanto". Essa frase resume o que o público pode esperar de quase 120 minutos do filme que já está em cartaz nos cinemas baianos.
A história gira em torno da descoberta que Conrad Stonebanks (Mel Gibson), um dos criadores do grupo Mercenários, está vivo e trabalha como traficante de armas.
Em uma ação mal sucedida do grupo, Stonebanks acerta Caesar (Terry Crews), o deixando entre a vida e a morte. A partir daí, Barney parte em busca de vingança com a ajuda de Trench (Arnold Schwarzenegger, responsável pela surpresa final do filme).
Sem querer expor os amigos veteranos, ele parte em busca de sangue novo para ajudá-lo na missão - e as cenas em que ele vai recrutar novos mercenários estão entre as mais divertidas.
Assim como os dois primeiros filmes, lançados em 2010 e 2012, a história, escrita pelo próprio Stallone, é apenas um pretexto para reunir os maiores astros de ação das décadas de 80 e 90.
Enquanto nos anteriores participaram Mickey Rourke, Bruce Willis, Jean Claude Van Damme e Chuck Norris, nesta nova aventura, além de Gibson e Ford, mais dois veteranos se unem ao grupo: Wesley Snipes e Antonio Banderas - que já foram antagonistas de Stallone em O Demolidor (1993) e Assassinos (1995), respectivamente.
O ator espanhol é quem rouba a cena sempre que aparece. Interpretando o paranoico e falante Galgo - como uma espécie de Burro, da animação Shrek -, ele mostra que tem o timing para a comédia e claramente se diverte com o papel. Aliás, a diversão é clara entre todos os atores da produção, o que acaba contagiando o público.
Méritos de Sylvester Stallone, que mostra que não tem o ego tão grande assim para um ator multimilionário e não se importa de servir de escada para os outros.
Novas caras
Além dos veteranos, o filme também traz novas caras para a franquia: Victor Ortiz, Glen Powell, Kellan Lutze e a campeã de Mixed Martial Arts (MMA) Ronda Rousey, que estreia no cinema.
Com personagens introduzidos nesse longa, eles acabam sendo ofuscados pelos veteranos - afinal, o que todo mundo quer ver na tela são as presenças de Ford, Gibson, Snipes, Banderas, Stallone e Schwarzenegger.
A direção do jovem Patrick Hughes, em seu segundo longa-metragem, é segura e ele mostra não se intimidar por ter que comandar veteranos.
Já o roteiro escrito por Stallone (sempre ele), Creighton Rothenberger e Katrin Benedikt não se preocupa em dar muitas explicações, apesar de não se focar apenas na ação - com momentos empolgantes -, mas também nos personagens e nos diversos momentos de humor.
A fórmula da reunião de "veteranos de filmes de ação" parece ainda não ter se esgotado - ainda mais com as bilheterias acumuladas pela trilogia. Stallone, o criador da franquia, já está pensando na quarta missão do grupo.
Nomes cotados para participar não faltam: Pierce Brosnan e Steven Seagal quase participaram desta terceira aventura e são dados como certo para a próxima. O único confirmado é o ex-lutador de luta livre Hulk Hogan, que fez o anúncio no perfil pessoal do Twitter.
Que a franquia continue criando filmes de forma descompromissada, mas com qualidade suficiente para divertir o público e reunir atores que empolgaram em décadas passadas.